O número de pessoas cadastradas como Microempreendedor Individual (MEI) aumentou 17% em 11 meses na Baixada Santista, segundo dados divulgados, no último sábado (15), pelo Portal do Empreendedor.
A cidade que registrou o maior índice de crescimento foi Santos: nesse período, o número de microempreendedores passou de 14.080 para 16.020, um crescimento de 21,4%. Na sequência está Bertioga (19,8%), São Vicente (17,5%), Guarujá (17,2%), Itanhaém (16,4%), Peruíbe (15%), Mongaguá (14,7%), Cubatão (14,4%) e Praia Grande (14,3%).
De acordo com gerente do Escritório Regional da Baixada Santista do Sebrae, Marco Aurélio Rosas, o dado é um reflexo da atual crise econômica que o Brasil vive.
“Notamos um aumento considerável no número de microempreendedores individuais em períodos de instabilidade econômica. Outro fator que contribui significativamente para o crescimento, principalmente entre os mais jovens, é a facilidade de começar o próprio negócio nessa modalidade, uma vez que todo processo é feito pela internet”, afirma.
Esse é o caso, por exemplo, da microempreendedora individual Stefany Lopes, de 26 anos. Após cursar a faculdade de propaganda e marketing, Stefany decidiu abrir a ‘Divas Bartender’ em 2015, aos 23 anos.
“Não foi algo planejado. Comecei trabalhando com eventos e em uma das festas eu iria auxiliar o garçom, mas um dos bartenders tinha faltado e precisei ajudar. Depois desse dia fui me especializar na área até o dia em que tive a oportunidade de oferecer o meu serviço. Hoje conto com o apoio de 13 colaboradoras e alugo uma sala onde consigo atender meus clientes”, conta.
Para Stefany, as facilidades do MEI foram primordiais. “Para começar, fiz todo meu cadastro pelo computador. O MEI também possibilita com que eu acesse créditos diferenciados, com maior prazo para pagar caso queira investir no meu negócio, sem contar que conta como tempo de serviço para aposentadoria ou eventual necessidade de afastamento”, afirma.
Jovens lideram ranking de empreendedorismo no Brasil
Se cada vez mais jovens buscam o cadastro como microempreendedores individuais, é alto também o número de pessoas entre 25 e 34 anos que gerenciam o próprio negócio. Dados revelados pela recente pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor) apontam que a faixa etária corresponde a 33% do total de empreendedores iniciais no Brasil.
Com relação à motivação, as taxas dividem-se em empreendedorismo por oportunidade ou empreendedorismo por necessidade. São consiprincipalmente motivados pela percepção de uma oportunidade no ambiente. Por sua vez, os empreendedores por necessidade teriam afirmado ter iniciado o negócio por não possuírem outra opção de trabalho e renda.
Os sócios Lucas Panchorra (25 anos) e Bruno Toguchi (28 anos), donos do bar ‘Cola na Base’, se encaixam em ambos os perfis: a ideia de criar o espaço veio a partir da união entre oportunidade e necessidade.
“Eu fui cortado da empresa onde trabalhava, em São Paulo, peguei a minha rescisão e estava naquele ano sabático, pensando no que faria a partir de então. Eu e o Lucas já nos conhecíamos e ele estava com uma agência de publicidade, buscando uma sede própria. Entrei como sócio na agência para auxiliar na parte administrativa e quando encontramos a casa pensamos nas infinitas possibilidades que ela nos oferecia e decidimos criar o bar”, conta.
No início, a proposta era fazer com que o espaço fosse aberto apenas para amigos e clientes da agência. A expansão das atividades fez com que os sócios procurassem o melhor caminho para empreender no setor. “Fomos nos informar na Prefeitura e começamos a estruturar a Base a partir de então”, afirma o empreendedor.
Mortandade de empresas também é grande
De cada dez brasileiros adultos, quatro já possuem ou estão envolvidos com a criação de uma empresa. No entanto, é preciso cautela na hora de realizar o sonho de ter um negócio próprio.
Marco Aurélio Rosas afirma que embora o índice de criação de novas empresas seja alto, a taxa de mortandade também é preocupante: de cada 100 novos negócios, 23 morrem antes de completar dois anos de atuação.
“Na maior parte das vezes os negócios não vão adiante por falta de planejamento, gestão ineficiente e falta de comportamento empreendedor. Muitas empresas surgem em períodos de crise sem o devido preparo e sucumbem por conta dessa mesma crise, pois não tiveram um planejamento adequado”, afirma.
Marco Aurélio cita ainda que o crescimento no número de empreendedores reflete também uma mudança de comportamento na sociedade. “Cada vez mais os jovens querem ser donos do próprio nariz e investem em novos negócios. O Sebrae trabalho no fomento à cultura empreendedora e fornece todo o apoio para quem quer abrir ou melhor seu negócio”, finaliza.
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