Saúde

Vacinação de meninas contra vírus HPV começa nesta segunda-feira (10) no SUS

Embora seja oferecida no SUS apenas para meninas de 9 a 13, a vacina é recomendada para jovens de 9 aos 26 anos. Demais faixas etárias precisam procurar a rede particular

Publicado em 07/03/2014 às 15:36

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O Sistema Único de Saúde (SUS) vai começar a oferecer a vacina contra o papiloma vírus humano (HPV) a partir de 10 de março para meninas de 11 a 13 anos, em postos de saúde e em escolas públicas e privadas de todo o país.

A dose, que ajuda a proteger contra o câncer de colo do útero, estará disponível nos 36 mil postos de saúde da rede pública durante todo o ano, de acordo com o ministério. Em 2015, o público-alvo serão as meninas de 9 a 11 anos e, a partir de 2016, a ação ficará restrita às meninas de 9 anos. Até 2016, o objetivo do ministério é imunizar 80% do total de 5,2 milhões de meninas de 9 a 13 anos no país.

Embora seja oferecida no SUS para uma faixa etária restrita, a vacina é recomendada para jovens de 9 aos 26 anos, uma vez que o vírus é transmitido no início da vida sexual. “A maioria das pessoas adquire o HPV nos primeiros três anos em que passam a ter relações sexuais”, afirma o médico sanitarista Dr. Ricardo Cunha, responsável pelo setor de vacinas do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica. As faixas etárias que estão fora da campanha do SUS precisam recorrer à rede particular para tomar a vacina.

“Estima-se que mais 70% dos homens e mulheres sexualmente ativos entrem em contato com um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas”, afirma o médico. No caso das mulheres, 46% entram em contato com o vírus nos dois primeiros anos de vida sexual ativa; já 60% dos homens entram em contato nos três primeiros anos. “Por conta disso, o recomendável é vacinar os adolescentes antes mesmo do início da atividade sexual”, diz o especialista.

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O SUS vai começar a oferecer a vacina contra o HPV) a partir de 10 de março para meninas de 11 a 13 anos  (Foto: Divulgação)

Embora não substitua outros métodos de prevenção nem permita o abandono do uso de preservativos, a vacina é mais uma arma contra a doença, já que se trata de um vírus altamente contagioso.

As vacinas contra o HPV são administradas em três doses. A primeira é dada na data escolhida, a segunda com intervalo de 30 a 60 dias (dependendo da vacina utilizada – bivalente ou quadrivalente) e a terceira com 6 meses de intervalo da primeira dose. Resultados dos estudos clínicos demonstraram eficácia de 99% para câncer de colo de útero, 100% de proteção para lesões de alto grau de vagina e vulva e 99% para lesões genitais externas. Embora elas sejam indicadas para a faixa etária que vai dos 9 aos 26 anos, a vacina têm excelente eficácia em pessoas com mais idade.

Os homens também são público-alvo para a campanha do Delboni, já que também está relacionado às doenças que acometem os homens, como as verrugas genitais, câncer de ânus, câncer de laringe e câncer de pênis. “Portanto, os homens também devem se preocupar com a prevenção”. A vacina indicada para os homens é a quadrivalente, que age contra os tipos 6, 11, 16 e 18.

Segundo o médico, o contato sexual é a maneira mais comum de contágio, incluindo o sexo oral e as chamadas “preliminares”. Isso porque somente o simples atrito da mão, boca ou genitais com a mucosa infectada já é suficiente para contaminação pelo vírus.

Além disso, por ser uma doença silenciosa, que na maioria das vezes não apresenta sintomas, é muito importante se precaver de todas as formas e consultar regularmente um especialista para realizar exames periodicamente.

Como reduzir o risco de contágio pelo HPV genital?

- Reduzir o número de parceiros sexuais - quanto maior o número de parceiros, maior o risco de contrair e/ou transmitir qualquer DST;

- O uso do preservativo é imprescindível, mas no caso do HPV não é suficiente, pois o vírus pode estar alojado também em partes da área genital que estão fora do alcance do preservativo;

- Se houver suspeita de que o parceiro sexual tenha qualquer DST é altamente recomendável consultar o médico. Até que isto seja feito, também é recomendável abster-se das relações sexuais com este parceiro, até que o tratamento seja realizado, se for o caso;

- Não compartilhar objetos de uso íntimo com outras pessoas e fazer higiene de objetos de uso comum (como toalha e vaso sanitário);

- Vacinar-se antes do início da vida sexual. A idade recomendada é dos 9 aos 26 anos.
 

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