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Em poucos anos o Brasil pode viver uma crise na saúde devido ao uso incorreto e excessivo de testosterona, anabolizantes e outros hormônios. O alerta é feito pelo cardiologista do Sports Check Up do HCor Daniel Santos. “É muito provável que o país veja uma onda de pessoas jovens com problemas cardíacos, câncer e outras complicações sérias decorrentes do uso destas substâncias”, sentencia o especialista.
Apesar de o uso de testosterona e anabolizantes ser proibido no Brasil pelo Conselho Federal de Medicina, diversos fatores podem levar a esta crise: fiscalização insuficiente, falta de consciência das pessoas e a escassez de estudos sobre o tema, que impede uma análise precisa sobre o número de usuários e os impactos sociais que podem ser causados. Para agravar o quadro, Santos afirma que o número de médicos que prescreve receitas tem aumentado.
“Isso causa a falsa sensação de segurança, pois os riscos continuam mesmo que o médico tenha autorizado. O público que utiliza esses remédios costuma se falar muito e, por isso, um indica ao outro onde conseguir a receita. Isso gera um círculo vicioso e perigoso”, explica. Outro fator que contribui é a omissão de quem utiliza a substância. “A maioria nega, apesar dos sinais clínicos. Por isso, fica difícil estimar”, completa Santos.
Além da academia
Apesar de ser associado ao público que freqüenta academias, o uso destas substâncias também é constante entre esportistas amadores, especialmente aqueles que praticam modalidades de alto rendimento ou resistência, como ciclistas e corredores. Mesmo que conheçam os riscos, muitos optam por usar em busca de melhores resultados. “Como não tem antidopping, a situação é complicada”, explica o cardiologista do HCor, antes de ressaltar que muitas vezes eles buscam essa alternativa para repor testosterona perdida por excesso de treino.
Outro público que recorre ao uso de anabolizantes são mulheres que buscam ter corpos esculturais. Para ganhar massa e manter o peso, assumem riscos que podem causar até alterações nos lábios vaginais. “Isso é fruto de uma cultura midiática que valoriza demais o aspecto estético e leva mulheres a cometerem estes excessos. Isso é preocupante. A própria validade da terapia de reposição hormonal para o público feminino já está em debate”, afirma Santos.
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