Decisão de fechar maior parte do comércio ocorre horas após Prefeitura de São Paulo decretar mega feriado / NAIR BUENO/DIÁRIO DO LITORAL
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Os nove prefeitos da Baixada Santista decidiram colocar toda a Região em lockdown a partir já de terça-feira (23). Apesar disso, os chefes dos Executivos municipais decidiram permitir que alguns estabelecimentos comerciais abram as portas seguindo algumas restrições. Estas medidas se encerram apenas no dia 4 de abril, domingo de Páscoa.
A decisão foi tomada após mais de três horas de reunião do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb). A instauração de um lockdown que atinja todas as nove cidades ocorre após semanas de aumentos cada vez mais alarmantes de novos casos de contaminações de Covid-19 e de leitos ocupados.
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Cada uma das nove cidades deverá ter seus próprios decretos publicados entre este domingo (21) e a próxima segunda-feira (22), mas todas deverão seguir uma mesma linha. O transporte público e individual, o que inclui táxis e veículos de aplicativos ficarão restritos aos períodos da manhã e do começo da noite para atender os trabalhadores essenciais. As feiras livres passam a estar proibidas de abrir, assim como escritórios, estabelecimentos comerciais que não são considerados essenciais e outras instituições. Os supermercados e as padarias poderão abrir durante alguns períodos, mas deverão todos fechar às 20h e os serviços de delivery de restaurantes e até mesmo de lojas de materiais de construção, poderão continuar funcionando, desde que tenham seus serviços interrompidos também às 22h.
Todos os hotéis e pousadas estarão terminantemente proibidos de abrir, assim como não poderá existir aluguel de imóveis para que terceiros passem temporada/fim de semana na Região. Os hipermercados e varejistas poderão comercializar itens essenciais, mas não vão poder efetuar vendas de eletrodomésticos e manter abertos setores não relacionados a aqueles típicos de supermercados. O atendimento médico deve seguir funcionando, mas apenas com foco em atendimentos emergenciais.
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"São medidas muito mais restritivas do que as do Governo do Estado, mas necessárias neste momento. Todos nós estamos preparados para responder às perguntas de vocês", afirmou o prefeito de Santos, Rogério Santos, durante a entrevista coletiva concedida durante o começo da noite.
Atualmente, Santos é a nona cidade do Estado de São Paulo com o maior número de óbitos e a sétima em número de casos da patologia. Além dela, São Vicente e Guarujá também englobam o ranking de 20 cidades com mais mortes por Covid-19 e todas as três figuram entre os municípios com menor adesão ao isolamento social de acordo com o Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo (Simi-SP).
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"Fomos pegos de surpresa pelas determinações da Prefeitura de São Paulo e temos receio porque muitas pessoas não estão colaborando. Estamos com nossas unidades de saúde lotadas, cheias de gente, porque temos uma pandemia de Covid e endemias de dengue e chikungunya acontecendo. Não podemos ficar esperando o pior acontecer", explicou Rogério Santos.
Apesar de não ter admitido em um primeiro momento que as decisões dos nove prefeitos caracterizam um 'lockdown', Rogério afirmou posteriormente que acredita que é, sim, um 'lockdown inteligente'. Para concluir, o presidente do Condesb afirmou que, caso venha a ser necessário, ele e os outros oito prefeitos poderão apertar ainda mais as restrições, tudo irá depender da resposta dos mais de 2 milhões de moradores caiçaras.
"As medidas podem ser ainda mais ampliadas sim, não podemos dizer que as medidas não foram importantes porque foram sim. O poder público tem se esforçado, mas se a população não fizer sua parte, não tem jeito. Ano passado foi um ano de aprendizado no mundo todo, ninguém conhecia a doença, ninguém sabia usar máscaras e a ciência correu para criar vacinas e cuidar de todo mundo, mas se a população não aderir, não tem jeito", finaliza.
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ESPORTE.
O Santos Futebol Clube também deverá sofrer com as novas restrições anunciadas pelo Condesb, uma vez que o clube, que está às vésperas de uma partida eliminatória decisiva da Taça Libertadores da América, não poderá treinar. Apesar disso, Rogério Santos afirma que ainda vai conversar em particular com o presidente do Santos, Andrés Enrique Rueda, para comunicar sobre o lockdown.
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