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Não há dúvidas de que o leite materno é mesmo o melhor alimento durante os primeiros anos de vida da criança. Considerado por especialistas como um alimento completo, ele já e capaz de fornecer ao bebê todas as proteínas, gorduras, vitaminas e outras substâncias fundamentais para o seu bom desenvolvimento e proteção contra doenças. No entanto, finalizado o período de amamentação e introduzido o leite de vaca na alimentação dessas crianças, algumas reações do organismo podem exigir cuidados por parte dos pais.
Alergias alimentares
Com o sistema imunológico ainda em fase de desenvolvimento, essa troca do leite materno pelo de vaca pode desencadear um tipo de alergia conhecida como APLV (Alergia à proteína do Leite de Vaca) que, ainda tem afetado cada vez mais crianças no Mundo, tornando necessária uma abordagem mais profunda sobre o tema. No Brasil, o problema tem ficado muito comum, e uma em cada 20 crianças é portadora de APLV.
De acordo com a Dra. Cristina Targa, gastroenterologista e endoscopista pediátrica, existem dois tipos de alergia: a imediata, que ocorre nas primeiras duas horas após o contato, e a alergia tardia, que dá mais sintomas intestinais, podendo aparecer até 72 horas após ingerido o alimento. "A alergia imediata é mais frequentemente constatada pelos alergistas e a tardia, mais pelos gastros-pediatras", explica.
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Bebês que recebem leite materno também podem apresentar reações, quando a mãe ingere leite de vaca, isso porque resíduos da proteína do leite que a mãe ingere migram para o leite materno. O aconselhado, então, é que a alimentação dessas mães também sofra algumas alterações "Na verdade, o que não pode é a proteína causadora da alergia, se o bebê é alérgico. As mães devem ter muito cuidado, evitando incluir itens da alimentação e incorrendo, dessa forma, em uma dieta inadequada. Isso é muito importante para a boa amamentação", comenta Dr. Cristina.
Sintomas
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Identificar a alergia rapidamente é fundamental para que o tratamento seja iniciado e a qualidade de vida da criança assegurada. Especialistas apontam que para que seja diagnosticado, o bebê deve apresentar um ou mais dos seguintes sintomas:
Vômitos;
Cólica;
Diarreia;
Dor abdominal;
Prisão de ventre;
Sangue nas fezes;
Vermelhidões na pele (urticária, dermatites);
Problemas respiratórios.
Tratamento
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Tratar a APLV requer a adoção de uma dieta livre de alimentos que possuam as proteínas do leite de vaca. Entre os itens que devem ficar de fora das refeições estão o leite em qualquer tipo (integral, desnatado, condensado, em pó e etc.), queijos, cream cheese, molho branco, creme de leite, leite fermentado, manteiga, iogurte, algumas marcas de frios como presunto e outros embutidos, entre muitos outros.
Quando o leite materno esta disponível, a mãe deve seguir uma dieta isenta de leite de vaca e continuar amamentando. Na ausência de leite materno, além de retirar o leite de vaca da dieta do bebê, é necessária e recomendada pelos médicos a inclusão de uma fórmula própria, desenvolvida exclusivamente para alergias alimentares, pois não existe medicamento para o tratamento do quadro. A utilização dessa fórmula é essencial para o bom desenvolvimento desses bebês, pois fornece nutrientes para o crescimento, manutenção da saúde em quantidades recomendadas e são isentas de proteínas alergênicas.
É, inclusive, direito do cidadão que o governo forneça a fórmula quando devidamente diagnosticada a APLV. Para isso, é preciso que a família entre em contato com as secretarias estaduais e municipais portando uma prescrição e um laudo médico preenchido por um especialista, para que seja regularmente realizada a entrega da fórmula infantil especial.
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Boa notícia
Diferente dos quadros de intolerância à lactose, onde a maioria das pessoas não consegue reverter as restrições, a alergia à proteína do leite de vaca pode ter cura. Estima-se que metade das crianças com APLV melhore por volta dos 12 meses de idade. E a maioria (cerca de 90%) está curada ao completar três anos.