Continua depois da publicidade
A doença renal crônica (DRC) é caracterizada pela perda progressiva e irreversível das funções renais. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), um em cada dez brasileiros tem problemas nos rins. Essa estimativa leva em consideração dados da Sociedade Internacional de Nefrologia e do Ministério da Saúde. Cerca de 10% da população adulta tem algum grau de perda de função renal. Esse percentual pode aumentar de 30% a 50% em pessoas acima de 65 anos. Por conta desse cenário, a campanha do Dia Mundial do Rim em 2014, que acontece em 13 de março, adotou o tema “1 em 10. O rim envelhece assim como nós”, destacando a importância da prevenção, em especial para os idosos. Com o apoio do Ministério, a SBN coordenará atendimentos à população em mais de 300 cidades brasileiras. Somente em São Paulo, mais de seis mil pessoas terão acesso a exames e informação.
Para atingir o objetivo de mostrar a importância da prevenção, o material informativo reúne os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença. Entre eles estão: a hipertensão arterial, o diabetes melitus, a obesidade, o tabagismo e a presença de histórico familiar de doença renal. Segundo o Ministério da Saúde, considerando a população maior de 18 anos, mais de 20% têm hipertensão arterial, 8% têm diabetes; 18% são tabagistas e 50% têm excesso de peso.
“Sem um diagnóstico preciso, a maioria dos pacientes morre sem sequer ter acesso à diálise, o principal tratamento da doença em estágio avançado”, afirma o nefrologista Daniel Rinaldi dos Santos, presidente da SBN. Os desfechos mais alarmantes da DRC são a mortalidade por doença cardiovascular e a necessidade de terapia renal substitutiva (TRS). “Para se ter uma ideia da gravidade cardiovascular da DRC, um jovem de 30 anos que esteja em diálise tem a mesma chance de morrer do coração que um senhor de 80 anos com a função renal esperada para a sua idade”, explica Rinaldi. A TRS consiste de hemodiálise, diálise peritoneal e transplante.
“O diagnóstico precoce pode conter o avanço da doença”, afirma o presidente da SBN. Segundo ele, a doença renal crônica é facilmente diagnosticada por meio de um exame de urina e da dosagem de creatinina no sangue e pode ser efetivamente tratada, retardando a progressão da doença e reduzindo as mortes, que chegam a 15% ao ano, sendo maior no início do tratamento por conta do diagnóstico tardio.
O gasto anual somente com a terapia dialítica (hemodiálise e diálise peritoneal) é estimado em R$ 2,2 bilhões. Dados da SBN mostram que existem em torno de 100 mil brasileiros em diálise. Desses, 30% têm mais de 65 anos de idade, sendo essa frequência três vezes mais elevada do que na população geral. A taxa de internação hospitalar é de 4,6% ao mês. Mais de 70% dos pacientes que iniciam a diálise descobrem a doença quando os rins já estão gravemente comprometidos.
Equipes multidisciplinares farão a verificação de pressão arterial, medidas de glicemia capilar e exames de fitas de urina para a detecção de sangue e albumina (proteína), além da distribuição de folhetos informativos e palestras dirigidas ao público, em que serão abordadas as funções dos rins, as principais situações de agressão renal e as orientações de como prevenir as lesões renais.
Na cidade de São Paulo, as atividades serão realizadas em 13 Unidades Básicas de Saúde (UBS). A campanha deverá incluir também a distribuição de folhetos no Parque Ibirapuera e a realização de exames em um shopping e dois hipermercados, atendendo só na capital paulista mais de seis mil pessoas. As Regionais da SBN também já programaram o atendimento ao público, nos respectivos estados.
A campanha inclui também a iluminação dos principais monumentos, edifícios públicos e marcos históricos, na cor amarelo canário – definida pela SBN para marcar o Dia Mundial do Rim. Em São Paulo serão iluminados o Monumento às Bandeiras, o Viaduto do Chá e a Ponte Estaiada.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade