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Recentemente você notou que o seu filho não consegue ficar com as pernas paradas quando deita na cama para dormir? E ainda recebeu um recado da professora reclamando da sonolência e falta de atenção dele na escola? Afinal de contas, o que está acontecendo com o seu pequeno? Esse problema pode ser consequência da Síndrome das Pernas Inquietas (SIP), um distúrbio caracterizado por desconforto nas pernas e necessidade intensa de movimentá-las principalmente próximo da hora de dormir.
De acordo com Associação Brasileira da Síndrome das Pernas Inquietas, estima-se que entre 5% e 15% da população sofram com esse mal, que afeta mais as mulheres e os indivíduos acima dos 50 anos. Entretanto, uma nova pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP), mostrou que 6% das crianças brasileiras (entre 5 e 16 anos) também podem apresentar a síndrome.
Segundo o neurologista Leandro Teles, uma das principais consequências da síndrome é na qualidade do sono. “Os sintomas costumam ser intensos à noite e a criança tende a apresentar dificuldade em iniciar o sono. Como consequência, ela fica mais sonolenta, cansada, indisposta e irritada no dia seguinte”, explica.
A causa da síndrome ainda não é completamente conhecida. Acredita-se que haja importante contribuição genética (principalmente se a mãe tem sintomas parecidos), podendo existir alguns determinantes ambientais. “Anemia, baixa reserva de ferro, gravidez, doenças renais, disfunção dos nervos periféricos, entre outras situações clínicas específicas, podem explicar, ao menos em parte, alguns casos na população geral”, afirma Teles.
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Atenção aos sinais
Não “puxe a orelha” do seu filho por ele reclamar de dor, desconforto ou formigamento nos membros inferiores e dificuldade para dormir por isso. “Os pais devem prestar atenção no padrão inicial de sono da criança, se a criança se mexe muito à noite, se tira o lençol ou acorda de cabeça para baixo, por exemplo. Lembre-se que pode não ser manha e sim sintomas da síndrome das pernas inquietas”, alerta Leandro Teles.
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O diagnóstico de SPI é feito através da história clínica e da descrição das sensações. “Ainda não há exames laboratoriais que confirmem o diagnóstico, mas existem alguns exames que podem ser feitos para afastar outras doenças ou investigar associação com depósito baixo de ferro ou mesmo anemia, evento muito comum que pode alterar o tratamento”, ressalta o especialista.
“Em casos bem selecionados, pode ser realizado um estudo do sono chamado polissonografia, aonde os sintomas são avaliados dentro de um laboratório de sono e a interferência na quantidade e qualidade do sono pode ser melhor avaliada”. esclarece o neurologista.
A síndrome das pernas inquietas na infância pode facilmente passar sem diagnóstico correto e os sintomas podem ser atribuídos a outras causas, tais como: ansiedade, hiperatividade, insônia infantil e até dores do crescimento (levando a condutas inadequadas).
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O tratamento correto visa melhorar os sintomas por meio de mudanças de hábitos e, eventualmente, medicamentos. “Estabelecer uma boa rotina de sono, praticar exercícios físicos, tratar as disfunções associadas e, em casos selecionados, aliar medicamentos apropriados, trazem geralmente bons resultados na maioria dos casos”, sugere Teles.