Saúde

Risco de infarto aumenta 30% no inverno

Algumas condições cardiovasculares também apresentam mais frequência e gravidade nos meses mais frios, como as crises hipertensivas e o acidente vascular cerebral

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 03/07/2015 às 15:44

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Continua depois da publicidade

No inverno, muitos se preocupam com gripes e resfriados, mas esquecem de cuidar do mais importante: o coração. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a mortalidade por infarto agudo do miocárdio é 30% maior nos meses mais frios, chegando a crescer 44% entre as pessoas com mais de 75 anos. Nesse período do ano, também foi constatado um aumento de 20% no número de pacientes internados por insuficiência cardíaca congestiva, segundo uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que analisou 200 mil internações pela doença, no município de São Paulo.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

“Os riscos de problemas cardiovasculares aumentam no inverno porque, com a queda da temperatura, diversos hormônios que atuam sobre o sistema circulatório podem apresentar aumento de atividade pela simples exposição do corpo ao frio intenso. O resultado dessas alterações metabólicas é a contração das artérias, que leva ao aumento da pressão arterial e da frequência e intensidade das contrações cardíacas, sobrecarregando ainda mais o coração e o aparelho circulatório”, esclarece o cardiologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Luiz Guilherme Velloso.

Embora a temperatura baixa seja um fator muito importante, não é a único. “A poluição atmosférica e infecções respiratórias aumentam nessa época do ano, podendo precipitar ou agravar problemas no coração. Além disso, a diminuição dos níveis de vitamina D no organismo, devido a menor exposição ao sol, pode desempenhar um papel significativo no desenvolvimento de doenças cardiovasculares. As taxas de colesterol também apresentam variação sazonal, com pico nos meses mais frios, assim como o fibrinogênio e a adesividade das plaquetas, que podem gerar a formação de coágulos nos vasos sanguíneos”, explica.

O risco de infarto aumenta em 30% no inverno (Foto: Divulgação)

Continua depois da publicidade

Os mais castigados pelos meses de inverno são os idosos, principalmente porque, devido ao envelhecimento, há uma maior incidência de alterações cardiovasculares nessa faixa etária. “Entre as doenças que apresentam mais frequência e gravidade no inverno, estão angina, infarto agudo do miocárdio, crises hipertensivas, insuficiência cardíaca congestiva, trombose venosa profunda, ruptura ou dissecção de aorta e acidentes vasculares cerebrais isquêmicos e hemorrágicos”, destaca o médico.

Segundo Velloso, algumas medidas simples podem auxiliar a prevenir o problema. “Nessa época do ano, é preciso minimizar a exposição ao frio excessivo, expor a pele ao sol, manter uma alimentação e hidratação equilibradas, evitando consumo excessivo de gorduras, sal e bebidas alcoólicas, praticar atividade física regular e prevenir as infecções respiratórias com a administração de vacinas contra gripe e pneumonia”, recomenda.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software