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A dor lombar é um problema muito comum que afeta milhões de pessoas em um determinado momento da vida. Nos Estados Unidos, o custo econômico da dor lombar crônica (três meses ou mais) foi estimado entre US $ 12 a US $ 90 bilhões em perdas de produtividade no trabalho, custos com o tratamento e pagamentos com auxílio-doença, segundo dados de um estudo da Academia Americana de Médicos de Família.
A maioria dos pacientes que desenvolve uma dor lombar tem uma vaga lembrança que o alongamento é útil para a região lombar e tenta corrigir o problema fazendo alongamentos que visam essa área. “No entanto, se a causa da dor lombar decorre de um disco intervertebral lesionado, o alongamento pode agravar a lesão e causar ainda mais dor”, alerta o neurocirurgião Cezar Augusto Oliveira, especialista em coluna.
O disco intervertebral proporciona espaço entre as vértebras e funciona como uma estrutura de absorção de choque óssea. Em alguns casos, um trauma no disco pode inflamar a raiz do nervo espinhal e provocar dor, formigamento, dormência e fraqueza, ou qualquer combinação desses sintomas até sua extremidade inferior. Os pacientes, muitas vezes, se referem a esse quadro como dor ciática. Os profissionais de saúde costumam descrever estes sintomas como radiculopatia ou a inflamação de uma raiz nervosa espinhal específica (por exemplo, radiculopatia L5).
“Quando a dor lombar começa, geralmente, o paciente inicia um programa de alongamento dos músculos isquiotibiais da parte de trás de suas coxas. Esta medida pode ser benéfica para os casos mais simples de lombalgia mecânica. No entanto, se o paciente tiver dor irradiando para a parte de trás de suas pernas de um nervo inflamado (radiculopatia), o alongamento pode não ser uma boa ideia”, alerta o médico.
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“Pacientes que têm uma pequena lesão do disco lombar e uma inflamação das raízes nervosas L5 ou S1 podem aumentar a dor na perna ao fazer uma manobra para levantá-la durante um exame. A razão para o aumento da dor é que o nervo inflamado está sendo esticado. Esta elevação da perna reta, que é idêntica a um estiramento no tendão, geralmente aumenta a dor do paciente. O problema é que, quando os músculos do jarrete são alongados, as raízes dos nervos L5 e S1 são esticadas também. O resultado final do alongamento do tendão nestes pacientes é que a dor do nervo é perpetuada. Esta falta de melhora nos sintomas faz com que os pacientes procurem a opinião de diversos especialistas”, observa o neurocirurgião, que também é membro da Sociedade Brasileira de Coluna.
“Quando avaliamos pacientes que descrevem esta mesma situação, solicitamos que parem o alongamento dos músculos isquiotibiais por pelo menos dois meses. O objetivo desta solicitação é impedir o agravamento da inflamação das raízes nervosas. Normalmente, quando o paciente pára o alongamento dos músculos isquiotibiais, há uma melhora perceptível dentro de uma semana. Uma vez que toda a dor irradiando para as pernas parou e sua dor nas costas melhorou também, recomendamos que o alongamento dos trechos isquiotibiais seja retomado”, explica o médico.
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Outras formas de alongamento, como puxar os joelhos para o peito e para o ombro oposto enquanto estiver deitado de costas, podem ser realizados durante um episódio de dor lombar ou de radiculopatia. “Os músculos na parte anterior da coxa (quadríceps) podem ser alongados a menos que as lesões de disco tenham ocorrido no meio da região superior da coluna lombar. Se isso aconteceu, é possível que os nervos espinhais L2, L3 ou L4 estejam inflamados e o alongamento do músculo quadríceps também vai esticar esses nervos e perpetuar a dor na parte da frente da coxa”, explica Cezar Oliveira.
“É muito importante destacar que o alongamento pode ser benéfico, quando realizado no momento certo. Se o paciente achar que está se sentindo pior após o alongamento, ele precisa parar o exercício e procurar aconselhamento de um profissional de saúde”, destaca o neurocirurgião.
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