Psicóloga chama atenção para ansiedade como uma patologia grave e que precisa de cuidados especiais do paciente e de conhecidos / Nair Bueno/DL
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Estimativas divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o Brasil é o país que possui, atualmente, a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade em todo o planeta. Desemprego em alta, pandemia descontrolada e vulnerabilidade social tornaram a maior nação sul-americana em um local propício para graves patologias psicológicas e uma especialista de Santos afirma que há solução, mas os pacientes devem procurar assistência médica especializada.
Estudos anteriores da OMS já apontavam o Brasil como líder de ranking de países mais ansiosos, mas a psicóloga Alessandra Moreno de Oliveira destaca que o coronavírus acabou sendo combustível para o aumento de casos.
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"Ocupamos este lugar não é de hoje, mas com o surgimento da pandemia e suas consequências, este estado emocional se tornou mais comum. O medo, a morte, a situação política e econômica, desemprego, privação de lazer e de contato são uns dos fatores importantes que contribuíram para este aumento exponencial", explica.
Apesar de muito falada, a ansiedade ainda não é uma condição totalmente conhecida por todas as pessoas e muitos ainda associam o termo como algo pontual e de curta duração.
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"A ansiedade é um estado afetivo que todos nós sentimos desde sempre. Ela é um importante regulador de situações que fazem parte do nosso cotidiano. Precisamos diferenciar a ansiedade saudável da patológica. Digamos que ela é um som de alerta e quando ele não é ouvido, se torna um grito e vem acompanhado de uma série de sintomas corporais. Sentir a ansiedade é lidar com questões de coragem, de liberdade de escolha e de criatividade, por exemplo: quando se está prestes a fazer uma entrevista de emprego, nos deparamos com essas questões e passamos a ouvi-las e se organizar para esta entrevista. Estado de ansiedade saudável. Quando o corpo manifesta sintomas físicos como: taquicardia, dor no peito, falta de ar, sudorese, dores musculares, sentir-se "estranho", entre outros e sem uma motivação consciente, isto é ansiedade patológica. Um estado de antecipação de possível ameaça ao bem-estar", afirma Alessandra.
A psicóloga afirma que cada pessoa descreve a ansiedade de uma forma diferente. Alguns a sentem num momento de agitação e diante da crise paralisam e outros a sentem quando estão relaxados, ficando confusos.
"É assustador quando ocorre. O melhor a fazer nesses momentos é estar junto da pessoa em crise, sem julgamentos ou tentativas de fazê-la entender que 'não é nada', porque para a pessoa 'é'. Então pode-se dizer que entende o que está sentindo e que ficará ali, também pode fazer exercícios de respiração e perguntar o que o corpo está sentindo. Aos poucos com uma respiração profunda e o acolhimento, pode-se começar a voltar para seu estado normal. Descrever o que sente é muito importante".
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"Qualquer pessoa está propensa a se tornar ansiosa. Atualmente tem crescido muito o número de crianças e adolescentes com sintomas e comportamentos ansiosos e durante a pandemia, isto ficou ainda mais comum.
Outras doenças que acompanham a ansiedade estão a depressão, a síndrome do pânico e o medo patológico, caracterizado como aquele paralisa o paciente. A compreensão dos especialistas é de que essas patologias caminham juntas, dependendo do caso.
"O tratamento pode ser medicamentoso, numa fase mais avançada e com um parecer médico. É preciso muito cuidado ao tomar esta decisão e uma vez que a pessoa sinta que as crises se intensificam, com menor espaço de tempo e afetando outras áreas da vida, fazer uso de medicação é um caminho seguro e consciente. Atualmente existem remédios modernos e com ótimos resultados, estabilizando e propiciando um melhor equilíbrio e consciência. Porém a psicoterapia é fundamental nesse processo. Parece que hoje as pessoas não se permitem sentir e preferem não gostar de chorar ou conversar com alguém. Na medida em que o espaço terapêutico possibilita entrar em contato com as emoções, falar e se ouvir, começar a dialogar consigo mesmo, validar o que sente e olhar com cuidado para si, a ansiedade se torna momento presente e consciente", conclui Alessandra.
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