27 de Setembro de 2024 • 10:19
A primavera, que chega em 23 de setembro e segue até 21 de dezembro, tem como características mudanças bruscas de temperatura, com dias mais quentes e noites frescas, e a incidência de algumas doenças típicas desta época do ano. Embora esses problemas de saúde sejam mais comuns na infância, podem aparecer em adolescentes e adultos.
Historicamente, doenças altamente contagiosas como sarampo, caxumba, rubéola e catapora aumentavam nos meses de setembro a dezembro. A adoção das imunizações fez com que a incidência dessas enfermidades tenha diminuído substancialmente. A varicela (catapora), por ter sido a sua vacinação introduzida mais recentemente, ainda é vigente embora em menor número, principalmente nas crianças que não chegaram a tomar a segunda dose de reforço.
O Prof. Dr. Paulo Taufi Maluf Júnior (CRM/SP 21.769), do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas e do Hospital Sírio-Libanês, explica que “os sintomas iniciais da catapora são inespecíficos, como dor de cabeça, febre, cansaço e perda de apetite. A doença, cuja origem é viral, é caracterizada pelo aparecimento de manchas avermelhadas (ou feridas) na pele, principalmente no rosto, tronco que rapidamente evoluem para bolhas com líquido que, ao se romperem, transformam-se em crostas, e esse ciclo dura cerca de 5 a 7 dias”.
O pediatra afirma que há doenças que podem, à primeira vista, ser confundidas com rubéola ou sarampo, por apresentarem erupção cutânea. A roséola, na faixa etária de 3 meses a 3 anos, é um exemplo de doença dentre as chamadas exantemáticas, cujo quadro é de 3 ou 4 dias de muita febre, que além de alta é muito resistente aos antitérmicos, seguida por uma erupção de manchas por todo o corpo, que duram 24 horas, ao mesmo tempo em que a febre desaparece.
A escarlatina é mais uma doença infectocontagiosa exantemática, mais comum em crianças na idade escolar. A grande diferença reside em sua origem que, ao contrário das outras citadas, é bacteriana e deve, portanto, ser tratada com antibiótico. Sua erupção é mais difusa e escura, e lembra queimadura solar, além de deixar a pele áspera. Se não tratada adequadamente a escarlatina pode ter complicações que, embora raras, causam sequelas, e são representadas pela febre reumática e pela nefrite.
O médico lembra que os problemas respiratórios também se exacerbam, em vista da liberação do pólen no ar durante a estação das flores e também pelo tempo seco, ocasionado pela baixa umidade do ar. As doenças mais comuns são rinites, bronquites e asma.
“A rinite alérgica provoca coceira no nariz, ouvidos, olhos e céu da boca, além de espirros, coriza e narinas obstruídas. No caso da asma, a criança poderá ter tosse seca, falta de ar, chiado e dor no peito”, ressalta o Dr. Paulo Maluf.
O pediatra afirma ainda que o aumento de substâncias irritantes no ar provoca outro problema: a conjuntivite, inflamação na membrana que reveste o globo ocular, e causa coceira nos olhos, vermelhidão e sensibilidade à luz.
Atualmente, cerca de 20% da população sofre com alergias que atingem principalmente as crianças.
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