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A Praticagem recebeu um aviso inusitado no dia 10 de dezembro: um navio precisava ser manobrado para desembarque de um tripulante com suspeita de ter contraído ebola em sua passagem pela África. A partir daí, o prático foi acionado para realizar a manobra cercada de cuidados especiais para evitar a contaminação. Era, porém, tudo simulação.
O risco da chegada do ebola ao Brasil levou as autoridades a realizar uma operação simulada de resgaste no porto de Santos, uma das áreas de grande risco por receber elevado número de navios, alguns com operação em portos de países africanos epidêmicos, como Serra Leoa.
A manobra foi realizada sem problemas, sempre comandada pelo prático a bordo. Após a atração, uma ampla operação para o desembarque do “doente” envolveu mais de 120 pessoas. Depois da retirada do tripulante, as instalações do navio foram vistoriadas e os demais tripulantes foram orientados e, a partir dali, teriam suas condições de saúde monitoradas.
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A Praticagem de São Paulo contribuiu para a simulação, realizando as manobras gratuitamente. “Prestamos toda colaboração possível. Esse problema preocupa a todos que trabalham no porto e nos navios”, disse o presidente Paulo Sérgio Barbosa.
Ao receber a livre prática por parte da Anvisa, um navio está autorizado a ser manobrado e o prático é o primeiro profissional a embarcar. “Há uma preocupação muito grande, pois há o risco pessoal de contaminação pelo ebola. E não só do prático, mas dos agentes de navegação, estivadores, fornecedores. Enfim, todos os profissionais em contato com a embarcação podem se contaminar e levar o vírus para outras pessoas”, advertiu o presidente da Praticagem.
Como o porto de Santos pode ser uma das portas de entrada da doença, diversos sindicatos da área encaminharam denúncia ao Ministério Público do Trabalho para que providências sejam tomadas para reduzir os riscos, como manter os navios procedentes das regiões onde há epidemia em quarentena de 21 dias. O Sindicato dos Práticos foi um dos signatários da representação.
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O vírus ebola é altamente infeccioso, com taxas de mortalidade que variam entre 25% e 90%, dependendo da sua origem.