Depois da doença, músico de Praia Grande descobriu que todos seus espermatozoides morreram e agora ele busca tratamento / Divulgação
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Um estudo da Faculdade de Medicina da USP identificou que homens que foram contaminados com Covid-19 podem ter alterações de fertilidade e hormonais por muitos meses após a recuperação da doença. Segundo a pesquisa, há queda de testosterona e perda de capacidade de movimentação e fecundação de espermatozoides.
"A Covid atrapalha a microcirculação do pênis, que é 20 vezes menor que a do coração. Ela também afeta a circulação nos testículos e de tudo que ocorre dentro da bolsa escrotal. Ou seja, a doença atinge ereção, circulação dos espermatozoides e a testosterona, que é feita nos testículos", diz o médico vascular Carlos Araujo.
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Diante disso, poderia surgir uma dúvida: e as vacinas, que são feitas com ou a partir do vírus? Quanto a isso, o especialista diz não haver riscos.
"O imunizante é o vírus atenuado, mas não há estudos que comprovem que ele altere (a circulação). Pelo contrário. Quando se aumenta IGG e IGM, os anticorpos da Covid, consegue-se uma imunidade maior. Então, nada comprova que a vacina atrapalhe algo. Deve-se tomar a vacina", finaliza.
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Um dos homens que sofrem com os efeitos da Covid-19 é o músico Alessandro Ribeiro Inácio, de 42 anos, de Praia Grande. Ele fazia exames para iniciar, junto à esposa, um procedimento de fertilização. No entanto, após contrair o novo coronavírus, a situação do casal mudou.
"Fui contaminado entre o fim de maio e começo de junho deste ano. Fiquei na UTI, meu estado chegou a ser gravíssimo", ressalta, contando, depois que a Covid-19 adiou seu plano de ser pai.
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"Antes de ficar doente, tinha feito exames, e estava tudo correto, tudo certo. Era isso que os exames apontavam. Mas, depois que saí do hospital, refiz os exames, e deu tudo fora do lugar. Meus espermatozoides estavam todos mortos", conta.
Neste momento, o músico faz tratamento com medicações, para reverter o quadro. De acordo com a equipe que o acompanha, nos próximos meses, a capacidade reprodutiva de Alessandro voltará ao normal, já que não se trata de um problema hereditário.
Até aqui, não há estudos que comprovem que o vírus gere problemas de fertilidade em mulheres. É o que garante o médico ginecologista Condesmar Marcondes, especialista em reprodução humana.
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"A Covid não teve relação direta com fertilidade feminina. Até este momento, não houve nenhuma alteração física comprovada que tenha sido provocada pela doença".
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