Continua depois da publicidade
Quase dois meses depois do alerta de emergência internacional da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a epidemia do vírus Ebola que já matou 4.033 pessoas em países africanos, o Brasil não deve, por enquanto, reforçar as medidas de vigilância em saúde em portos e aeroportos, mantendo apenas o protocolo previamente utilizado. Hoje, o Ministério da Saúde divulgará o resultado do exame do paciente africano com suspeita da doença, internado no Rio de Janeiro. Enquanto isso, no Porto de Santos, autoridades devem se reunir somente no dia 16 para definir se fazem ou não um simulado até o final do mês, ou seja, até o momento não foi feito nenhum treinamento na região para atender um caso suspeito.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, prestou esclarecimentos ontem sobre o primeiro caso suspeito de ebola no Brasil. O paciente Souleymane Bah, de 47 anos, da Guiné (país que registra epidemia da doença) foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento de Cascavel (PR) e transferido para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
Continua depois da publicidade
Segundo Chioro, 64 pessoas foram identificadas como podendo ter contato com ele. Destas, três tiveram contato direto e outras quatro tiveram contatos Nenhum treino para atender casos suspeitos foi feito no Porto desde o alerta da OMS em agosto Porto de santos residenciais. “Todos foram considerados de baixo risco, com exceção dos três que tiveram o contato direto com o paciente”, afirmou Chioro.
As equipes de investigação vão acompanhar o estado de saúde de todos as pessoas que tiveram contato com paciente.
Continua depois da publicidade
O ministro explicou que a situação está sob controle e que todos os procedimentos previstos nos protocolos brasileiros foram aplicados com êxito. “Eles identificaram o caso suspeito, realizaram o isolamento adequado do paciente e notificaram imediatamente às autoridades”.
O resultado do exame, que irá confirmar ou descartar o caso, deverá ser concluído ainda hoje (prazo é de 24 horas). Nas duas hipóteses, ou seja, se caso for confirmado ou descartado, será feito um segundo exame, que deverá ficar pronto em 48 horas, após a primeira coleta.
Continua depois da publicidade
O paciente
Souleymane Bah saiu de Guiné, na África Ocidental, no dia 18 de setembro, com conexão em Marrocos, e chegou ao Brasil em 19 de setembro. O paciente informou ter começado a sentir os primeiros sintomas na última quarta-feira (8) e procurou atendimento médico na quinta-feira na UPA de Cascavel.
No momento em que foi atendido na UPA, o paciente só apresentava febre, sem os outros sintomas típicos da doença, como diarreia, vômitos. Seu estado de saúde é bom e está mantido em isolamento total. Na Fiocruz foi colhido sangue e enviado para análise laboratorial no Instituto Evandro Chagas, no Pará, que pertence à Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde.
Continua depois da publicidade
Simulado
Para colocar em prática as medidas adotadas pelo Governo em resposta a um eventual caso suspeito de ebola em viajante internacional, o Ministério da Saúde informou ontem que foram realizados simulados em aeroportos do Rio de Janeiro (29 de agosto) e São Paulo (16 de setembro). As simulações serviram como treinamento das instituições envolvidas na detecção e resposta, em condições que simulam um caso real.
Continua depois da publicidade
O ministro avaliou que os simulados foram importantes e serviram de aprendizado para calibrar o tempo de resposta e checar procedimento. “Mas a situação real é diferente, o que envolve o estresse e urgência diferentes. Isso reforça ainda mais o êxito das medidas tomadas pelo Brasil”, ressaltou. Chioro anunciou que o próximo simulado, coordenado pelo Ministério da Saúde, será no Porto de Santos.
No entanto, a realização do simulado de atendimento a um tripulante com suspeita de contaminação pelo vírus ebola pode ser realizado ou não entre os dias 20 e 24 deste mês.
A confirmação só se dará durante a reunião agendada para o próximo dia 16, às 14h30, na Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Do encontro, denominado ‘exercício em mesa’, participarão representantes da Anvisa, Codesp, Polícia Federal Alfândega da Receita Federal, Capitania dos Portos, secretarias de Saúde dos municípios e do Estado, armadores e operadores portuários. Os sindicatos dos trabalhadores não devem participar do encontro. A proposta é definir as responsabilidades e os principais procedimentos em caso de suspeita da doença em embarcações programadas para atracar nos terminais.
Continua depois da publicidade