Ricardo Sobhie Diaz, diretor do Laboratório de Retrovirologia do Departamento de Medicina da instituição / Sergio Dazzi/Unifesp
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Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) conseguiram eliminar o vírus do HIV de um paciente brasileiro de 34 anos. Eles realizaram um estudo em escala global e iriam apresentar nesta terça-feira (7), na Conferência Internacional de Aids.
Segundo a universidade, os estudos representam mais um avanço no combate à doença. A pesquisa é coordenada pelo infectologista Ricardo Sobhie Diaz, diretor do Laboratório de Retrovirologia do Departamento de Medicina da instituição.
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Inicialmente o estudo contou com 30 voluntários que apresentavam a carga viral do HIV e realizavam o tratamento com antirretrovirais. Os pesquisadores distribuíram os voluntários em grupos, e o melhor resultado recebeu dois medicamentos a mais, o dolutegravir e o maraviroc, que "forçam" o vírus a aparecer, fazendo com que ele saia do organismo.
A pesquisa aconteceu durante um ano, e o vírus, continua sem aparecer – mesmo após 14 meses. "Esse caso é extremamente interessante, e eu realmente espero que possa impulsionar mais pesquisas sobre a cura do HIV", afirmou Andrea Savarino, médica do Instituto de Saúde da Itália que co-liderou o estudo.
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No entanto, a médica revelou que outros quatro pacientes do grupo não eliminaram o vírus. "Pode ser que o resultado não seja passível de reprodução. Este é um primeiro estudo, que precisará ser ampliado", destacou Andrea.
Conferência internacional
Organizada pela Sociedade Internacional de Aids (International Aids Society), a Conferência Internacional de Aids é realizada a cada dois anos e é apoiada pelo Programa Conjuntos das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unais). Com a pandemia da Covid-19, o evento que aconteceria nos Estados Unidos, será realizado remotamente.
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Entretanto, o coronavírus também afetou a distribuição de remédios para pacientes com Aids. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 73 países correm o risco de ficar sem antirretrovirais. Outros 24 estão com baixo estoque de medicamentos.