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Férias, sol e praia. Quem não gosta? Está é a combinação perfeita do verão, época de descanso e também de cuidados redobrados com a pele, pois alguns problemas costumam aparecer com frequência nessa época do ano. Dra. Carolina Marçon, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia explica que “as temperaturas elevadas contribuem para o surgimento de micoses e outros incômodos na pele, por isso o verão exige cuidados específicos para prevenir algumas doenças e garantir que a diversão não termine mais cedo.”
Segundo a especialista, uma das micoses mais comuns é a pitiríase versicolor (pano branco), que ao contrário do que se pensa, não é adquirida na praia ou piscina. O fungo causador da doença habita a pele de todas as pessoas e, em algumas delas, é capaz de se desenvolver provocando as manchas. “Muitas vezes, a doença é percebida poucos dias após a exposição da pele ao sol, porque nas áreas da pele afetadas pela micose, a pele não se bronzeia. Com o bronzeamento ao redor, ficam perceptíveis as áreas mais claras onde está a doença e a pessoa acha que pegou a micose na praia ou piscina. Entretanto, o sol apenas mostrou onde a micose estava.”
Outra doença de pele típica da estação mais quente do ano é o bicho geográfico, que é causado por parasitas intestinais do cão e do gato que ao defecarem na terra ou areia, deixam os ovos nas fezes que se transformam em larvas e que irão penetrar na pele. “Por estar na pele humana, a larva não consegue se aprofundar para atingir o intestino (o que ocorreria no animal) e caminha sob a pele formando um túnel tortuoso e avermelhado. É mais comum em crianças e as lesões são geralmente acompanhadas de muita coceira. Os locais mais atingidos são os pés e as nádegas, por isso deve-se evitar andar descalço em locais frequentados por animais”, afirma Dra. Carolina.
Outra afecção cutânea comum no verão, é o herpes labial. O herpes é uma infecção causada pelo vírus Herpes Simplex. "O contato com o vírus ocorre geralmente na infância, mas muitas vezes a doença não se manifesta nesta época. O vírus atravessa a pele e, percorrendo um nervo, se instala no organismo de forma latente, até que venha a ser reativado". A reativação do vírus pode ocorrer devido a diversos fatores desencadeantes, tais como: exposição à luz solar intensa, fadiga física e mental, estresse emocional, febre ou outras infecções que diminuam a resistência orgânica. "Inicialmente pode haver coceira e ardência no local onde surgirão as lesões. A seguir, formam-se pequenas bolhas agrupadas como num buquê sobre área avermelhada e inchada, as bolhas rompem-se liberando um líquido rico em vírus e formando uma ferida. É a fase de maior perigo de transmissão da doença. A ferida começa a secar formando uma crosta que dará início à cicatrização. A duração da doença é de cerca de 5 a 10 dias", explica a médica.
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Se não forem tratados, os sintomas do herpes geralmente desaparecem de 1 a 2 semanas. Medicamentos antivirais tomados por via oral ou de uso tópico, podem ajudar os sintomas a desaparecerem mais rapidamente e aliviar a dor. As feridas de herpes costumam reaparecer. As dicas para evitar futuras erupções incluem aplicar filtro solar ou protetor labial com óxido de zinco quando estiver em áreas abertas. Um hidratante labial para evitar que os lábios fiquem muito secos também pode ajudar. Quando as recidivas do herpes forem muito frequentes, a imunidade deve ser estimulada para combater o vírus.
Dra. Carolina adverte também sobre a fitofotodermatose, uma manifestação alérgica causada pela exposição ao sol da pele que teve contato com plantas ou suco de algumas frutas, principalmente limão, laranja e tangerina. Outros produtos como perfumes e refrigerantes, também podem causar a reação. "A doença se caracteriza pelo surgimento de manchas escuras nas áreas afetadas. O formato das manchas depende da exposição da pele às substâncias, sendo frequente lesões pontilhadas causadas por respingos de limão espremido". As áreas mais comumente afetadas são o dorso das mãos, colo e os lábios. Reações mais intensas, podem dar origem ao surgimento de manchas avermelhadas e até mesmo de bolhas, acompanhadas ou não de coceira, sensação de queimação e/ou ardência no local. A dermatologista explica que o desaparecimento das manchas ocorre de forma espontânea e gradativa, devendo-se proteger a pele da exposição ao sol, com filtros solares potentes.
Também comum no verão é a miliária, mais conhecida como ‘brotoejas’ e que afeta principalmente as crianças. “A miliária se apresenta como uma erupção relacionada com as glândulas sudoríparas (que produzem o suor). O quadro está relacionado com o aumento do calor e da produção do suor que, extravasando dentro da pele antes de atingir a superfície, provoca um processo inflamatório. A localização mais comum é o tronco e a região cervical. As lesões geralmente são acompanhadas por coceira e formam-se ‘bolinhas avermelhadas’ sobre a pele podendo, em alguns casos, formar lesões mais exuberantes”, complementa Dra. Carolina.
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