Saúde
Médicos que aconselham o governador João Doria (PSDB) já falaram no risco de a ocupação atingir 90% nas próximas semanas, caso o ritmo de novos casos se mantenha
Uma das avaliações é a de que as próximas duas semanas serão decisivas / Agência Brasil
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O avanço da Covid-19 levou o governo paulista a ligar sinal de alerta para a necessidade de acionar novos leitos de UTI. Médicos que aconselham o governador João Doria (PSDB) já falaram no risco de a ocupação atingir 90% nas próximas semanas, caso o ritmo de novos casos se mantenha.
O estado tinha nesta segunda-feira (10) 1.567 pacientes em UTI e 3.100 em enfermaria. A taxa de ocupação de leitos em unidades de terapia intensiva estava em 35% na média do estado e em 42% na região metropolitana da capital. Uma semana antes, os índices eram de, respectivamente, 25% e 32%.
"Temos que ter atenção, não preocupação. É estar atento aos números e à velocidade das internações", afirma o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn. Ele afasta a hipótese de colapso, mas diz não descartar a possibilidade de reativar leitos. "As redes do estado possuem capacidade operacional."
"Tivemos um aumento, uma ocupação mais significativa. Estamos atentos à necessidade de ampliação de leitos em determinadas regiões. O acompanhamento é diário, para que possamos tomar alguma medida estratégica eventual", acrescenta.
Segundo Gorinchteyn, o sistema nunca ficou saturado, mesmo nos piores picos da pandemia, desde 2020. Em fases menos graves, a gestão chegou a reduzir em 20% os leitos de UTIs de Covid, mas a medida estacionou com a chegada de novas variantes. "Não progredimos na desmobilização de leitos", diz ele.
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O diagnóstico de que, se a disseminação do vírus continuar alta, será preciso rever o plano de leitos em São Paulo tem sido compartilhado nos bastidores por especialistas que dão consultoria ao governo. Uma das avaliações é a de que as próximas duas semanas serão decisivas.
Gorinchteyn afirma que as internações tanto em UTIs quanto em enfermarias se devem à Covid e também à influenza H3N2, mas uma notícia positiva é a redução no tempo de permanência, que ele associa à vacinação. As hospitalizações mais longas pressionavam o sistema e obrigavam a abertura de leitos.
"Agora já temos esses leitos. Não precisaríamos criar novos", diz o titular da Saúde, que ressalta a urgência de incrementar a cobertura vacinal. O principal problema, segundo ele, está na demora de parte da população para buscar a segunda dose e a dose de reforço. A imunização de crianças também é tida como crucial.
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