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Se na década de 70 a maior preocupação era com a desnutrição, hoje é a obesidade que chama atenção e coloca a saúde dos brasileiros em risco. Uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística aponta que 50,1% dos homens brasileiros com mais de 20 anos estão acima do peso; entre as mulheres, o número é de 48%. São considerados obesos 12,4% dos homens e 16,9% das mulheres.
A obesidade passa longe de ser um problema somente estético, a doença está associada a diabetes tipo 2, doenças cardíacas, pressão alta e infarto. Além disso, o sobrepeso pode atingir a coluna vertebral: 25% das pessoas obesas apresentam mais de chances de sofrer dores na coluna. Segundo o neurocirurgião formado pela USP e membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) Mauricio Mandel (CRM 116095), para ter a coluna afetada não é necessário entrar na categoria de obeso: cada 10 quilos a mais do que o recomendado aumenta o risco de dor nas costas. “As pessoas obesas são as que mais enfrentam problemas na coluna, pois a obesidade sobrecarrega o peso sobre a coluna vertebral e pressiona os discos, causando uma hérnia no futuro. Mas o que muita gente não sabe &e acute; que não são apenas os obesos que correm esse risco. Aqueles que brigam com a balança também estão expostos a alterações na coluna”, explica.
As dores nas costas são bastante frequentes, afetam 36% da população do Brasil, segundo estudo feito pela Escola Nacional de Saúde Pública, ligada à Fiocruz. Mas o problema é quando uma simples dor na costa impede a pessoa de realizar tarefas simples. “Quando a dor é constante, acompanhada de formigamento, queimação e uma dor aguda que atinge o quadril, perna e nádegas, pode indicar um quadro de hérnia de disco”, afirma o neurocirurgião.
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A hérnia de disco é provocada por uma lesão dos discos que compõem a coluna vertebral. Esses discos estão localizados nas vértebras e agem como amortecedores, absorvendo os choques. 80 a 90% das hérnias de disco podem ser tratadas sem cirurgia, ou seja, apenas com tratamentos convencionais que envolvem fisioterapia, exercícios físicos e medicamentos prescritos por um médico. Porém, quando a pessoa é obesa a cirurgia pode ser a mais indicada.
“A cirurgia de hérnia de disco é indicada somente quando há perda motora ou de reflexo. Além disso, pacientes acima do peso são mais propensos a ter que passar por uma cirurgia para o tratamento cirúrgico da hérnia de disco em comparação a pacientes que não são obesos”, destaca Mandel.
O problema é que a obesidade aumenta as chances de complicações cirúrgicas, o tempo operatório, a perda de sangue e o tempo de internação hospitalar. “Estudos apontam que as chances das cirurgias feitas para aliviar a dor lombar e problemas de hérnia de disco não serem bem sucedidas são maiores em pacientes cujo IMC é superior a 40”, ressalta Mauricio.
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Além disso, outras doenças que estão associadas à obesidade também podem interferir na recuperação do paciente. “Mesmo sabendo de todos os riscos, o paciente obeso deve conversar com o médico e avaliar quais são as chances reais de fazer uma cirurgia de coluna. Geralmente, quando a cirurgia é minimamente invasiva apresenta menos riscos de complicações do que as do tipo tradicional para os pacientes obesos”, aconselha o neurocirurgião.
Saúde em primeiro lugar
Segundo o especialista, perder peso é o primeiro passo para evitar e tratar doenças da coluna em pessoas obesas. “O paciente obeso deve se preparar antes de submeter ao tratamento cirúrgico. É importante que ele comece adotando hábitos saudáveis”, recomenda. Além disso, as atividades físicas são grandes aliadas da hérnia de disco. “O exercício compensa a fraqueza muscular típica dos pacientes com hérnia de disco”, esclarece Mandel.
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Se você já foi diagnosticado com hérnia de disco, consulte seu médico para saber quais são os exercícios que pode fazer em casa para aliviar eventuais dores nas costas.