Mulheres durante curso de gestante em uma maternidade em São Paulo / Divulgação
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Um estudo realizado pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), do governo paulista, apontou que, entre 2000 e 2020, a fecundidade no estado de São Paulo diminuiu de 2,08 filhos por mulher para 1,56. Além disso, a estrutura etária da fecundidade tornou-se mais envelhecida, mostrando que as mulheres estão tendo seus filhos mais tardiamente.
Um levantamento feito com base em informações provenientes dos Cartórios de Registro Civil apontou que em 2000, nasceram 699 mil crianças. Já em 2020, foram 550 mil nascimentos. As informações são do G1.
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“Vários aspectos estão associados ao nível de fecundidade, assim como ao processo de redução. Estudos indicam a importância da escolaridade da mulher, do rendimento domiciliar, além da dinâmica econômica e social do local de residência”, descreve o estudo, elaborado pela pesquisadora Lúcia Yazaki, da Fundação Seade.
Ao longo desses 20 anos, a participação da fecundidade por faixa etária também mudou. No início do estudo, em 2000, o grupo de 20 a 29 anos respondia por 53,7% do total de nascidos vivos no estado de São Paulo. No cenário mais recente, em 2020, o estudo aponta que esse mesmo grupo representa 47,5% do total (uma queda de 6,2 pontos percentuais).
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Por outro lado, o grupo de 30 a 39 anos cresceu de 26,5% para 36,4% sua participação na fecundidade total em São Paulo (aumento de quase 10 pontos percentuais) no mesmo período.
“Esse número médio de filhos por mulher é a soma da fecundidade das mulheres de todo o grupo etário. A gente trabalha com grupos quinquênios para facilitar o cálculo. Em 2000, a fecundidade acontecia principalmente com as mulheres com menos de 30 anos”, informou Yazaki.
De acordo com os dados dos Cartórios de Registro Civil, entre os anos de 2000 e 2020, a idade média da fecundidade mudou de 26,5 para 28,4 anos no Estado. Considerando-se apenas os dados dos Cartórios de Registro Civil da capital paulista, as idades médias se mostram um pouco maiores, com um salto de 27,0 para 28,6 anos.
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Segundo a pesquisadora Lúcia Yazaki, os dados dos cartórios não podem ser analisados isoladamente para se explicar a queda da fecundidade.
“Um censo demográfico, uma pesquisa que levasse em consideração outras variáveis, da mãe, do domicílio, da mulher, da família etc., poderiam agregar mais informações para explicar essa queda da fecundidade. Com certeza, são diversos fatores”, comenta a pesquisadora.
Pandemia e seus efeitos na fecundidade
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De acordo com o estudo, a pandemia do coronavírus também pode ser surtido efeito nas taxas de fecundidade.
“Acredita-se que os nascimentos ocorridos em 2020 ainda não sofreram os impactos da pandemia de Covid-19. Entretanto, é possível levantar a hipótese de que as mulheres/famílias resolveram evitar ou adiar a gravidez a partir de março de 2020, devido às incertezas trazidas pela pandemia, podendo resultar em um decréscimo ainda maior no número de nascimentos em 2021. De fato, as informações mensais preliminares produzidas pela Fundação Seade mostram continuidade na queda do número de nascimentos nos primeiros meses de 2021”, aponta um trecho da publicação.