Câncer de próstata costuma aparecer após os 50 anos / Imagem de Freepik
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O mês de novembro é marcado pela campanha Novembro Azul, que busca conscientizar sobre as doenças masculinas, em especial o câncer de próstata. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que entre o triênio 2023-2025, cerca de 71,7 mil novos casos da doença surgirão por ano no Brasil.
Atualmente, segundo o Ministério da Saúde, o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais incidente na população masculina brasileira, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma.
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Câncer de próstata
De acordo com o urologista Alex Meller, da Escola Paulista de Medicina - Unifesp, o câncer de próstata acontece quando uma célula prostática sofre um processo degenerativo, perdendo a capacidade de morrer, o que é chamado de apoptose. Ou seja, ela passa a não ter mais um tempo estabelecido de vida, se reproduzindo sem controle e ocupando espaço cada vez maior na região da próstata.
O câncer de próstata costuma aparecer após os 50 anos, sendo que a população negra tem uma prevalência maior da doença.
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"Este é um câncer essencialmente genético, mas há alguns fatores que podem piorar a evolução. Primeiramente, ele é de maior incidência a partir de 50 anos de idade, por isso que se inicia o check-up a partir desta idade. Além disso, pacientes com casos na família são mais suscetíveis à doença. Assim, quanto mais familiares tiveram câncer, maior a chance. Entretanto, precisa ser sempre da linhagem paterna. Por fim, os homens afrodescendentes também possuem uma tendência maior a ter câncer de próstata. Dessa forma, eles, assim como aqueles com antecedente familiar, devem iniciar o check-up aos 45 anos de idade", diz Alex.
Sintomas e exames
O urologista Lucas Mira Gon, professor assistente do curso de Medicina do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ), do Grupo UniEduK, lembra que o câncer de próstata é uma doença silenciosa. Dessa forma, quando há sintomas, a doença já está em estado mais avançado.
"Muitas vezes, o tumor já vai ter ido para outros lugares, fazendo até metástase, sem que a pessoa tenha tido qualquer sintoma. Contudo, quando aparecem, os sintomas envolvem dificuldade de urinar, jato fraco, ardor, dor local e, eventualmente, sangramento", explica Lucas.
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A falta de sintomas torna ainda mais importante a realização de exames para a detecção precoce do problema, sendo que o PSA e o exame de toque retal são os mais indicados.
"O PSA é uma molécula da próstata, que quando está aumentada pode indicar um tumor de próstata. Porém, ela pode também estar aumentada por infecções, inflamações na próstata, entre outros. Dessa forma, ele não faz diagnóstico preciso de câncer, mas ajuda muito, porque é um exame fácil de fazer, barato, e a gente faz com exame de sangue. Já o exame de toque retal ajuda a identificar alterações de consistência na próstata, uma próstata mais endurecida, ou com algum nódulo. Ainda que seja um pouco invasivo e desconfortável, ele é muito importante e rápido", ressalta o professor.
O PSA e o exame de toque retal são complementares, mas eles não são os únicos utilizados para detectar o câncer. "Os exames laboratoriais de rotina são o PSA, ultrassom e o toque retal. Se necessário, será preciso complementar com ressonância magnética e, se algum desses exames estiver alterado, será indicado o ultrassom transretal com biópsia, hoje com fusão de imagem junto com a ressonância", explica o urologista Elias Assad Chedid Neto, da Clínica Elsimar Coutinho.
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É possível prevenir?
Em caso de detecção de câncer, a conduta médica irá depender da gravidade da doença. Segundo Elias, ela pode envolver cirurgias, radioterapia, tratamentos hormonais e quimioterapia.
Sobre a prevenção da doença, os médicos lembram que este é um câncer genético. Ainda assim, dizem, é importante a adoção de hábitos de vida saudáveis, o que inclui a prática regular de exercícios físicos, adoção de alimentação balanceada e o não uso de cigarros. Além, obviamente, da visita regular ao médico. "A deteccção precoce indica uma alta taxa de cura, em torno de 95% a 98%", finaliza Lucas.
Leia esta matéria também na Gazeta de S. Paulo.
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