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O inglês se mistura ao igbo no mercado do nigeriano Ifenyi Iwuoha, onde uma interminável procissão de clientes vai em busca de produtos importados da África. Em Dallas há cinco anos, o comerciante disse não se impressionar pela ameaça do Ebola nos Estados Unidos: "É um exagero em torno de um único caso."
O assunto mobiliza os compradores que entram e saem do local. Enquanto conversava com a reportagem do jornal O Estado de S Paulo, Iwoha continuava no comando do caixa, de onde saía algumas vezes para buscar inhame e temperos. Aos poucos ficou claro o temor dos nigerianos de serem estigmatizados nos Estados Unidos pela doença que dizimou a vida de pelo menos 3.338 pessoas em seu continente.
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"As pessoas têm de ser mais específicas ao se referir ao Ebola e não dizer que ele vem da África, que é um continente, como a América", disse Henrietta Obi, que deixou a Nigéria há 19 anos. O país estava na rota da epidemia da doença, mas não registra nenhum caso desde o dia 31 de agosto. Comparada com Libéria, Serra Leone e Guiné, a Nigéria está em situação melhor. Apenas 20 casos foram registrados no país, dos quais 8 resultaram em morte.
Mas alguns dos frequentadores da mercearia de Iwuoha temem que eventuais repetições de casos de importação do vírus para os Estados Unidos acabem provocando uma reação negativa contra os imigrantes.
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