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A Semana Mundial de Alergia começou a ser comemorada hoje (12) pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia Regional Rio de Janeiro (Asbai-RJ) com atividades em dois locais da capital fluminense. Os eventos visam conscientizar e informar a população sobre as doenças respiratórias, entre as quais estão a rinite alérgica e asma. Os primeiros encontros ocorrem, no momento, no Parque dos Patins, na Lagoa, zona sul da cidade, e na Praça do Ó, na Barra da Tijuca, na zona oeste.
O tema central da Semana Mundial de Alergia, este ano, são as alergias respiratórias e seu impacto na vida das pessoas. Ações semelhantes se repetirão até o dia 19 nos serviços de alergia dos hospitais do estado, onde especialistas farão palestras e orientações ao público.
“Especialistas vão distribuir folhetos, explicando o que é alergia, verificando a incidência por meio de questionários e orientando às pessoas”, disse à Agência Brasil a presidenta da Asbai-RJ, Aluce Ouricuri. “É uma semana em que a gente se preocupa muito em conscientizar a população sobre a importância de prevenir as alergias. E se a pessoa já tem [ a doença], indicar o diagnóstico e o tratamento”.
A previsão da Organização Mundial da Alergia (WAO, do nome em inglês) é que o número de asmáticos chegará a 400 milhões em todo o globo, em 2025. De acordo com a WAO, entre 30% a 40% da população mundial tem rinite alérgica, que é uma das manifestações mais frequentes da alergia. Aluce Ouricuri acrescentou que cerca de 80% dos pacientes com asma têm rinite alérgica, “porque a mucosa é uma só”. A incidência está aumentando em função do crescimento da poluição.
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No Brasil, a Asbai Nacional estima que 30% da população sofre com rinite alérgica. A doença, que atinge 67% de pessoas na América Latina, se tornou uma preocupação global e um problema de saúde pública. Segundo a WAO, o custo mundial da rinite alérgica é US$ 20 bilhões.
A presidenta da Asbai-RJ esclareceu que embora a rinite não cause risco para a vida do paciente, ela diminui muito a qualidade de vida, fazendo com que as pessoas passem a dormir mal, faltem ao trabalho, tenham obstrução nasal com espirro e coriza, podendo levar à sinusite e a complicações. A asma pode ser grave, levando a crises sérias que têm de ser tratadas. “O que a gente quer é evitar que a pessoa entre em crise e que a doença seja controlada. Que a pessoa tenha uma qualidade de vida boa”. Para isso, existem medicamentos e tratamentos específicos, observou.
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Crianças acima de dois anos de idade, adolescentes e adultos podem ser acometidos de rinite alérgica. Essa é uma condição herdada dos pais que tenham capacidade de produzir um anticorpo denominado IgE, que vai propiciar o aparecimento de alergias, disse Aluce. “Não é todo mundo que tem alergia. É preciso ter a predisposição genética”, explicou. Há, entretanto, tratamento por meio de medicação e com imunoterapia, com uso de vacinas, para diminuir a quantidade de IgE, visando que haja uma mudança no sistema imunológico, de modo a alterar a produção desse anticorpo.
O principal fator desencadeante das alergias no Brasil é a poeira, que contém ácaros, disse Aluce Ouricuri, seguida dos fungos e da poluição atmosférica. “A pessoa tem que ter uma casa limpa, tem que arejar o ambiente na época do outono e inverno, as roupas usadas no ano anterior têm que ser lavadas antes de serem reutilizadas, e deve tomar os cuidados necessários para evitar exposição à poeira”.
A presidenta da Asbai-RJ destacou que já existem medicamentos que são distribuídos gratuitamente para a população pelo governo federal, nas farmácias populares, como corticoides orais e broncodilatadores, com o objetivo de evitar a crise e tratar a doença. De acordo com a Asbai, o número de mortes evitáveis por asma no Brasil é estimado em 2,5 mil pessoas por ano.
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