*Foto meramente ilustrativa / Arquivo/Agência Brasil
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O Ministério da Saúde tem recebido alertas de baixo estoque de dipirona injetável em municípios e unidades hospitalares.
Os avisos formais foram feitos pelo Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) e por entidades médicas.
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Gestores do SUS afirmaram que, caso não aconteça uma regulação no mercado, há "um risco iminente" de faltar esse medicamento de uso hospitalar e pré-hospitalar.
Enquanto em uma ponta há a preocupação com o desabastecimento, na outra, a indústria farmacêutica está desistindo de produzir o remédio em decorrência da alta dos insumos.
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A possível falta do medicamento pode trazer consequências para a população, tendo em vista que o uso hospitalar é muito alto e de difícil substituição no país.
As outras opções farmacoterapêuticas disponíveis podem ter seus resultados limitados, a depender do perfil do paciente e do resultado clínico esperado.
Mauro Junqueira, secretário-executivo do Conasems, disse que os gestores municipais estão com dificuldade de adquirir o remédio. As licitações estão ficando sem interessados.
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"Não é uma situação crítica ainda, apenas um alerta [ao Ministério da Saúde]."
No ofício enviado para a pasta, o Conasems mostrou um levantamento feito com cinco laboratórios brasileiros fabricantes da dipirona. Em três, houve a parada da produção. Outros dois estavam com alta demanda.
Apenas uma fabricante de dipirona injetável relatou a suspensão temporária da fabricação para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em decorrência do alto custo e baixo valor agregado para venda.
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"Vimos perante V. Sa. solicitar ações urgentes deste Ministério da Saúde para intensificação da regulação do mercado e uma articulação forte com o setor farmacêutico para que possamos ter acesso garantido e a oferta regular e sustentada destes tratamentos", disse o Conasems, no ofício.
Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindusfarma (sindicato que reúne a indústria farmacêutica), disse que a produção da dipirona injetável está inviável para a indústria em razão da alta dos insumos, que são 100% importados. Dessa forma, o preço final da produção está ficando mais caro que o preço comercializado.
"Houve uma grande demanda pelo medicamento na pandemia e o preço dos insumos aumentou muito, além do frete e da ampola. A gente até pensou que o frete diminuiria com o controle da pandemia, mas não ocorreu", destacou.
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No Brasil, os preços são regulados pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), que põe o valor limite pelo qual um medicamento pode ser comercializado.
A Anvisa disse, por meio de nota, que há um pedido de reajuste de preço para a dipirona. Ele está sendo analisado pelos ministérios do governo federal que compõem a CMED.
O Ministério da Saúde foi procurado, mas não respondeu aos questionamentos sobre o que faria para regular o mercado. Disse apenas que o repasse federal se encontra regular, cabendo aos estados e aos municípios a aquisição e a disponibilização dos medicamentos à população.
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Mussolini destacou que não há problema na produção da dipirona em outros formatos, como o de comprimido vendido nas farmácias. Isso ocorre porque a indústria tem controle sobre o preço desse produto.
A Anvisa disse que a regulação de preços de medicamentos no Brasil não se aplica a algumas categorias, como os chamados MIPs (medicamentos isentos de prescrição).
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