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Os médicos estrangeiros que recebem treinamento em Pernambuco começaram a ser apresentados nesta quarta-feira, 28, às ervas medicinais usadas no Nordeste. Depois de dar aula acerca das desigualdades do Brasil, com informações do período colonial, formação da sociedade brasileira, processo de urbanização e desafios das políticas públicas, o professor Rodrigo Cariri distribuiu galhos de erva-cidreira para os 115 profissionais - 96 deles cubanos.
Num clima de descontração, os galhos passaram de mão em mão, as folhas foram cheiradas e alguns brincaram usando a planta como fazem as benzedeiras para afastar mau-olhado, batendo nos ombros. "A cada dia, vou apresentar uma nova planta", afirmou Cariri, ao observar que esta atividade é extracurricular.
"Nesta quinta-feira, 29, será a vez do mastruz." A erva-cidreira tem poder calmante e o mastruz é recomendado, principalmente, para doenças respiratórias. Os cubanos também costumam usar ervas medicinais como complemento de tratamentos, mas não conhecem as plantas do Brasil. De acordo com o médico cubano Roberto Fernandez, no país se faz uso, por exemplo, do romerito e do orégano como expectorantes e do tilo para os nervos.
"Há uma identificação cultural", observou a médica cubana Nilia Hernandez, ao afirmar que ainda há pessoas no país que associam um outro tipo de planta a crendices e que são usadas pelas rezadeiras. Nesta sexta-feira, 30, os médicos estrangeiros visitarão unidades de saúde no Recife, Jaboatão dos Guararapes e Vitória de Santo Antão, na região metropolitana da capital pernambucana. Eles se limitarão a conversar com as equipes e os pacientes, sem fazer consultas. O curso, iniciado nesta segunda-feira, 26, terá duração de 21 dias, e aborda língua portuguesa e protocolos de saúde brasileiros.
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