Saúde

Mais da metade dos brasileiros possui colesterol alto

Dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) indicam que 61,5% das pessoas possuem hipercolesteromia no país e na maioria das vezes não há nenhum tipo de sinal

Da Reportagem

Publicado em 08/08/2020 às 09:26

Atualizado em 08/08/2020 às 09:36

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Reprodução/Internet

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No dia 8 de agosto acontece a campanha do Dia Nacional de Combate ao Colesterol, que no Brasil atinge 61,5% de pessoas diagnosticadas com hipercolesteromia (colesterol alto) e tem no tipo LDL (low density protein) como o mais preocupante, segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Na maioria das vezes, a doença não apresenta nenhum tipo de sinal, entretanto, quando ela é manifestada, pode levar o paciente ao infarto.

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De acordo com o cardiologista e nutrólogo da Centermed Santos, Dr. Luiz Otávio Lopes Abrantes, a função original do colesterol LDL é transportar o colesterol do fígado e do intestino delgado até as células e tecidos, onde ele será utilizado na fabricação da membrana celular, da vitamina D, dos hormônios esteroides e dos ácidos biliares. Porém, quando está em excesso, o LDL se acumula dentro das artérias, dando origem a placas endurecidas formadas por colesterol, gordura e outras substâncias.

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“A relação entre alterações do nível do colesterol e a formação de placas de gordura nas artérias desencadeando infarto ou AVC é um dos temas mais estudados e comprovados da Medicina. Essas placas podem obstruir a passagem de sangue pelas artérias, levando a essa doença vascular chamada aterosclerose, que é a principal causa do acidente vascular cerebral (AVC ou derrame) e do infarto, que acontecem quando há um bloqueio no fluxo sanguíneo para o cérebro”, explica o especialista.

Para diminuir a quantidade desse tipo de colesterol, o chamado colesterol ruim, o cardiologista Luiz Otávio diz que é fundamental elevar a quantidade do colesterol bom, o HDL, responsável por fazer o transporte reverso do colesterol, retirando as moléculas que estão em excesso no sangue e nos tecidos para levá-las até o fígado (no sentido contrário do LDL), onde serão processadas para que o intestino possa eliminá-las.

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“O HDL também faz uma espécie de limpeza no interior das artérias, removendo o colesterol depositado e diminuindo, portanto, a probabilidade de formação das placas de aterosclerose e suas complicações. Dessa forma, o colesterol HDL tem um efeito protetor do sistema cardiovascular muito importante”, ressalta.

Para proporcionar esse equilíbrio no organismo e aumentar as taxas de colesterol bom e reduzir as de colesterol ruim, o cardiologista recomenda um tratamento baseado em três pilares: hábitos alimentares saudáveis com baixa ingestão de gorduras, atividades físicas regulares e uso de medicamentos.

“Existem casos de colesterol alto por influência genética, mas os hábitos de vida irregulares são a principal causa do problema. Consumo de grande quantidade de alimentos gordurosos e ricos em carboidratos, aliado ao sedentarismo da população, faz com que esses níveis aumentem”, diz o cardiologista que mostra que esse é motivo que cortes gordurosos de carne bovina ou suína, embutidos, alguns frutos do mar (camarão, polvo e lula, por exemplo), queijos gordurosos, frituras e doces em geral devem ser evitados ou até eliminados, dependendo do nível do colesterol LDL do paciente.

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“O problema é que, na maioria das vezes, esta é uma doença silenciosa com poucos sintomas e que quando não pesquisada através de exames de sangue, descobre-se ser portador do problema já em fase avançada durante um infarto, por exemplo. Por isso, um acompanhamento médico constante, com exames periódicos é muito importante para prevenção de complicações”, finaliza.

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