Saúde

Libéria quer poderes excepcionais para combater ebola

O governo de Sirleaf impôs um estado de emergência de três meses iniciado em 6 de agosto. O comunicado da medida advertiu que a ação envolveria a suspensão de alguns direitos e privilégios

Publicado em 10/10/2014 às 15:26

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O Legislativo da Libéria debate nesta sexta-feira a possibilidade de conceder à presidente Ellen Johnson Sirleaf mais poderes para restringir a movimentação e reuniões públicas por causa da luta contra o ebola. Um parlamentar afirmou, porém, que o país pode se tornar um "Estado policial".

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Meios de comunicação estatais disseram que a Câmara dos Representantes se reuniria para um sessão especial nesta sexta-feira para discutir as medidas propostas por Sirleaf, detalhadas numa carta de 1º de outubro.

As controversas propostas incluem o poder de restringir reuniões públicas e a apropriação de propriedade "sem qualquer tipo de pagamento ou outro processo judicial" para combater o Ebola. A carta diz também que Sirleaf pode "limitar o direito de reunião por qualquer razão"

O governo de Sirleaf impôs um estado de emergência de três meses iniciado em 6 de agosto. O comunicado da medida advertiu que a ação envolveria a suspensão de alguns direitos e privilégios.

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A Libéria é bastante atingida pelo surto de ebola, registrando mais de 2.200 mortes, segundo a OMS (Foto: Associated Press/Estadão Conteúdo)

As propostas atraíram protestos assim que foram lidas durante uma sessão plenária no início deste mês. Uma manchete no jornal Women Voices desta semana perguntava"Tempos tiranos ou medidas preventivas contra o ebola?"

"Vejo uma espécie de estado policial surgindo", disse o deputado Bhofal Chambers, que era partidário de Sirleaf, mas desde a apresentação das medidas passou para a oposição.

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Em agosto, a maior favela da capital do país foi colocada em quarentena, o que provocou tumultos. A medida foi ridicularizada e considerada contraproducente antes de ser cancelada.

O Comitê de Proteção aos Jornalistas acusa do governo de Sirleaf de tentar silenciar empresas de comunicação que criticam sua conduta.

Na quinta-feira, a polícia liberiana usou cassetetes e chicotes para dispersar 100 manifestantes que protestavam contra as propostas de concessão de novos poderes à presidente. O ativista estudantil Benedict B. Williams pediu aos parlamentares que não as aprove.

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"Na minha opinião, as pessoas têm o direito de se reunir", afirmou Williams. "Isso equivale a uma ditadura. A polícia foi bruta com pessoas da comunidade estudantil."

A Libéria é bastante atingida pelo surto de ebola, registrando mais de 2.200 mortes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O número total de mortos até quarta-feira era de 3.865. 

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