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A estratégia para a redução de ataques cardíacos com a queda dos níveis de colesterol para padrões específicos está sendo questionada sob novas diretrizes clínicas divulgadas na terça-feira, o que marca a maior alteração na prevenção de doenças cardiovasculares em quase três décadas.
A mudança pode mais do que dobrar o número de norte-americanos que se qualificam para tratamento com drogas que reduzem o colesterol, conhecidas como estatinas.
As diretrizes recomendam o abandono da conhecida e simples orientação de se manter o LDL, ou colesterol ruim, abaixo de 100 ou abaixo de 70 para pessoas com alto risco - um dos pilares da atual política de prevenção. Em vez disso, os médicos devem avaliar o risco do paciente de forma mais ampla e prescrever estatinas para aqueles que se enquadram em uma de quatro categorias.
O objetivo é direcionar com mais eficiência o tratamento com estatinas para pacientes que têm mais a ganhar.
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Doenças cardiovasculares são as que causam mais mortes no Ocidente. Nos Estados Unidos são responsáveis por cerca de 600 mil mortes a cada ano, ou uma em cada quatro. Cerca de 130 mil norte-americanos morrem anualmente em decorrência de acidentes vasculares cerebrais.
Embora a redução do nível do LDL continue a ser um objetivo, o foco é na redução de risco atingida com as estatinas em vez dos efeitos sobre o LDL, disse Donald Lloyd-Jones, chefe de medicina preventiva da Northwestern e membro do painel que elaborou as diretrizes.
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Os grupos de risco identificados nas diretrizes incluem pacientes que já tiveram ataque do coração, AVC ou importantes sintomas cardiovasculares; aqueles com LDL em 190 ou acima, que geralmente tem causa genética; pessoas com diabetes e qualquer pessoa entre 40 e 79 anos que tenha 7,5% de risco de ter um ataque cardíaco nos próximos 10 anos, segundo uma nova tabela de risco. Essa tabela, que tem uma base mais baixa do que as atuais diretrizes, leva em consideração os níveis de colesterol, se a pessoa fuma, sua pressão sanguínea e outros fatores.
Mas tanto partidários quanto críticos das diretrizes temem que elas confundirão pacientes e médicos e prejudicarão uma estratégia fácil de entender e que obteve bastante sucesso. Embora as estatinas não tenham sido o único fator, pesquisas mostram que tem havido uma significativa redução no número de ataques cardíacos e mortes em decorrência de doenças cardiovasculares nas últimas duas décadas, desde que os medicamentos passaram a ser usados.
Ter metas para o LDL "dá aos médicos e pacientes um objetivo", assim como uma motivação para tentar chegar lá, disse Steven Nissen, presidente do centro de medicina cardiovascular da Clínica Cleveland. "A eliminação da meta será uma grande mudança para médicos e pacientes", disse ele.
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Os autores das diretrizes dizem que uma mudança era necessária porque as metas numéricas não são uma ferramenta muito boa. As metas nunca foram analisadas por um estudo clínico e uma revisão das evidências sugere que elas podem levar ao tratamento com dosagens menores ou maiores do que as ideais , afirmaram os médicos.
Por exemplo, um paciente de alto risco com LDL 180 que reduz seu nível para 90 reduzirá seus riscos substancialmente. Ainda assim, sob as diretrizes atuais, ele pode ser visto como uma falha terapêutica, pois não chegou ao nível 70. No geral, os médicos descrevem outros medicamentos, que não são estatinas, para pacientes que não chegam aos níveis esperados apenas com as estatinas, mas não há evidências de que baixar mais 20 pontos representa uma significativa redução nos riscos.
Sob o mesmo ponto de vista, o doutor Lloyd-Jones diz que um paciente mais velho que tenha outros fatores de risco mas um LDL de 99 pode não ser considerado pelos parâmetros atuais, embora as estatinas possam oferecer benefícios significativos.
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