Saúde
O mês de junho marca a importância do exame, que foi ampliado por lei e passou a contar com a detecção de 53 doenças, mas muitas regiões ainda têm deficiência na aplicação do teste básico
A partir do teste ampliado, também é possível identificar patologias graves / Divulgação
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O Junho Lilás é o mês de conscientização sobre a importância do teste do pezinho, que detecta precocemente possíveis doenças genéticas, metabólicas, endócrinas e infecciosas, em recém-nascidos. No dia 27 de maio deste ano, entrou em vigor a lei 14.154 sancionada em maio de 2021, que prevê a ampliação desse teste nas redes pública e privada de saúde, possibilitando o rastreamento de 53 doenças. Até o ano passado, o exame incluía apenas seis patologias: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, síndromes falciformes, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase.
A partir do teste ampliado, também é possível identificar patologias graves, como excesso de fenilalanina, que causa lesões no sistema nervoso central e ocasiona retardo mental progressivo e irreversível. As enfermidades analisadas por meio do teste do pezinho não apresentam sintomas no nascimento, por isso a realização do exame é fundamental para identificar precocemente possíveis alterações e iniciar o tratamento adequado, a fim de minimizar ou eliminar as sequelas associadas a cada enfermidade, proporcionando melhor qualidade de vida ao bebê. Se forem diagnosticadas de forma tardia, podem causar sérios danos à saúde, inclusive retardo mental grave e irreversível.
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Thaisa Lucktemberg, supervisora do setor de Neonatal do DB Diagnósticos, explica que o ideal é realizar o teste do pezinho ampliado entre o 3º e o 7º dia do recém-nascido. “Nesse intervalo, o recém-nascido já foi alimentado o suficiente para evitar falsos-negativos nas doenças dependentes de amamentação. Com um teste simples e rápido, é possível identificar precocemente doenças e, assim, evitar consequências que prejudiquem o desenvolvimento somático, neurológico ou psíquico do bebê.”
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O Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) está vigente há 21 anos e, apesar de o teste do pezinho ser obrigatório em toda a rede pública de saúde, ainda há regiões com grande deficiência em sua aplicação. De acordo com o estudo Triagem Neonatal – Teste do Pezinho no Brasil e no Mundo, divulgado neste ano pela Câmara dos Deputados como parte da Agenda Brasileira Primeira Infância, a cobertura da triagem neonatal ainda não é satisfatória em muitas regiões, seja pela falta de ferramentas que compõem o sistema ou por fatores socioeconômicos e culturais.
O estudo ainda aponta que, historicamente, os estados da região Norte possuem menor percentual de recém-nascidos participantes do programa, apesar da melhoria progressiva dessa situação. De acordo com dados do Ministério da Saúde de 2019, com base na produção ambulatorial da dosagem de tripsina imunorreativa em amostras de sangue seco, feita para rastreamento da fibrose cística em recém-nascidos, os estados do Pará e Amazonas registraram índice em torno de 20%. Nos estados de Goiás, Piauí, Espírito Santo e Sergipe apenas cerca de 50% de nascidos vivos foram submetidos à coleta e exames de triagem neonatal.
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