Saúde

Infecção urinária: muito além do ardor e do incômodo

Quando não tratada de forma adequada e rápida, a infecção urinária pode evoluir para casos mais complexos, podendo comprometer o funcionamento dos rins e da próstata

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 26/09/2015 às 00:05

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Você já deve ter ouvido falar inúmeras vezes sobre esse problema. Aquele incômodo e ardor ao urinar são sintomas típicos de infecção do trato urinário. Mas, você sabia que a infecção de urina pode ser mais grave do que você pensa? “Quando não devidamente acompanhado por uma equipe de especialistas, o quadro pode evoluir rapidamente para comprometimento de outros órgãos, como os rins e até a próstata”, explica Dr. Alexandre Crippa, coordenador do Centro de Urologia do Hospital Samaritano de São Paulo.

O diagnóstico de infecção urinária é feito através da história clínica, exame físico e laboratorial (urina tipo I e urocultura) . Ardência para urinar, aumento da frequência urinária, alterações na característica da urina (cor e odor) são sintomas comuns referidos pelo paciente. A presença de febre, calafrios e vômitos sugere infecção urinária complicada.

A infecção urinária pode ser classificada em dois tipos: a infecção de trato baixo e a de trato alto. Na infecção de trato urinário baixo ou cistite, são comuns os sintomas de ardência, sangramento na urina e urgência para urinar. Nas infecções de trato alto (pielonefrite) surgem sintomas como febre, mal estar, dor lombar, calafrios e falta de apetite. Pode acometer homens, mulheres e crianças. A prostatite aguda (infecção da próstata) ocorre em homens e pode estar relacionada a infecção do trato urinário.

“Esse quadro de infecção pode evoluir para Sepse – condição grave que pode levar falência múltipla de órgãos e óbito. É considerada emergência clínica e deve ser tratada de maneira agressiva por meio de internação e uso de antibióticos. Por isso, qualquer ardor, diferença na cor ou rotina urinária, deve ser acompanhada por um especialista”, destaca o Dr. Crippa.

Como tratamento para pielonefrite ou prostatite aguda, é indicada a internação e, após 48 horas, se o paciente não estiver mais com febre alta, pode s continuar o tratamento em casa, com antibióticos pelo período indicado. Mas o especialista alerta. “As infecções urinárias recorrentes (mais de três vezes no intervalo de um ano), infecções em homens e crianças devem ser investigadas”. Para finalizar, o coordenador do Núcleo de Urologia do Hospital Samaritano destaca que “ingerir líquidos e urinar sempre que tiver vontade são hábitos muito importantes para evitar a infecção de urina”.

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Em casos complicados, a infecção urinária pode levar a Sepse (Foto: Divulgação)

Sobre a Pielonefrite

A pielonefrite é uma infecção bacteriana de um ou ambos os rins. Se não tratada a tempo e corretamente, pode evoluir para sepse e falência múltipla de órgãos. É importante avaliação através de exames de imagem para o diagnóstico de complicações (abscesso renal) e fatores desencadeantes como alterações morfológicas ou cálculos obstrutivos.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para boa evolução do paciente.

Diabéticos, pacientes com insuficiência renal, cirróticos, portadores do vírus HIV ou pacientes em uso de medicamentos imunossupressores – medicamentos ativos para sistema de defesa -, apresentam maior risco de cistite que evolua para pielonefrite.

Sobre a Prostatite Aguda

A prostatite aguda é um quadro inflamatório normalmente causado por uma infecção bacteriana da próstata. As bactérias mais comuns da prostatite aguda são as mesmas que costumam causar infecção urinária, como E.coli, Klebsiella e Proteus. A contaminação da próstata se dá pela invasão da mesma por bactérias que se encontram na uretra ou na bexiga, normalmente devido a uma urina previamente contaminada.

O diagnóstico da prostatite aguda é feito através da história clínica, exame físico e exames laboratoriais. Febre, ardência ao urinar, alterações do jato urinário e  dor perineal são sintomas comuns. O toque retal deve ser evitado sempre que possível e ,quando necessário, deve ser realizado com muita cautela para evitar disseminação da infecção. Assim como na infecção urinária, a urocultura serve para identificar a bactéria responsável pela infecção. O exame simples de urina (EAS) costuma apresentar aumento de leucócitos na urina e sangramento microscópico.

A prostatite aguda tem cura e o tratamento é feito com administração de antibióticos por um período médio de quatro semanas.

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