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Forças de segurança isolaram um bairro à beira-mar em Monróvia, capital da Libéria, nesta quarta-feira, intensificando as medidas do governo para interromper a disseminação do Ebola. A medida deixou os moradores preocupados e provocou um protesto no local.
Na região central da capital havia poucos carros ou pessoas, já que os moradores decidiram ficar dentro de casa depois de a presidente Ellen Johnson Sirleaf ter ordenado o isolamento do bairro de West Point e a imposição de um toque de recolher noturno, afirmando que as autoridades não têm conseguido conter o avanço da doença em razão do desafio às recomendações feitas.
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Sirleaf ordenou o fechamento de locais de aglomeração de pessoas como cinemas e clubes noturnos e colocou a cidade de Dolo, 50 quilômetros ao sul da capital, sob quarentena. "Estas medidas têm como objetivo salvar vidas", disse ela em discurso na noite de terça-feira.
O ebola já matou pelo menos 1.129 das mais de 2.200 pessoas infectadas na Guiné, Libéria, Serra Leoa e Nigéria, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A Libéria tem o mais alto número de mortos e a quantidade de infectados sobe rapidamente.
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O medo e as tensões aumentam na capital, especialmente em locais como West Point, onde há forte desconfiança nas autoridades. Corpos são jogados diariamente nas ruas por parentes que temem ser infectados. Moradores temerosos ligam para uma linha direta do governo pedindo a remoção, mas algumas vezes os mortos ficam ao relento por horas e até mesmo dias.
Nesta quarta-feira, policiais e soldados foram enviados para impedir qualquer pessoa de entrar ou sair de West Point, bairro que ocupa uma península onde o rio Mesurado se encontra com o oceano Atlântico. Poucas vias dão acesso à área e uma rodovia principal passa pela base da península, servindo como uma barreira entre o bairro e o restante da capital. Um barco da guarda costeira também fazia a patrulha das águas num raio de um quilômetro ao redor da península.
Moradores do bairro saquearam um centro de triagem de ebola no final de semana, acusando o governo de levar pessoas doentes de toda a cidade, para perto do local.
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Sirleaf diz que a doença continua a se espalhar por causa de pessoas que escondem infectados ou desafiam as ordens para não tocar nos mortos, mas muitos liberianos acreditam que o governo não está fazendo o suficiente para protegê-los do ebola.
Um morador de West Point, Richard Kieh, disse à Associated Press por telefone que a comunidade estava "perturbada" após a chegada das forças de segurança na manhã desta quarta-feira. "Os preços já dobraram aqui", afirmou ele.
O atual surto de Ebola é mais grave na Libéria e em Serra Leoa, mas a OMS diz que há sinais encorajadores de que as coisas estão melhorando na Guiné. Há expectativas também de que a Nigéria tenha conseguido conter a doença após o aparecimento de alguns casos.
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O ministro da Saúde da Nigéria, Onyebuchi Chukwu, disse nesta terça-feira que uma quinta pessoa morreu em decorrência da doença no país. Até agora, todos os nigerianos que contraíram a doença tiveram contato direto com um liberiano-americano que chegou ao país já infectado.