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Faltam 1.776 leitos hospitalares na Baixada Santista. O déficit existe em todos os municípios. Bertioga, por exemplo, não tem nenhum leito de UTI. Os números preocupantes foram divulgados pelo secretário de Saúde de Santos, Odílio Rodrigues Filho, durante audiência pública realizada pela Comissão Especial de Vereadores (CEV) da Câmara de Santos, realizada na tarde de ontem, no plenário Ulysses Guimarães (Rua XV de Novembro 103/109). Compareceu ainda à audiência pública, o diretor da Diretoria Regional de Saúde (Dir-19), José Ricardo Martins Di Renzo.
O presidente da CEV, vereador Manoel Constantino dos Santos, cobrou soluções para a crise de leitos e para o atendimento de pacientes que contraíram dengue. “Estamos aqui como representantes do povo. Não estamos aqui para criticar para discutir o que é certo”, afirmou Constantino.
Odílio apresentou levantamento apontando os números de leitos existentes e o número de leitos que faltam em toda a Região Metropolitana. Segundo dados do IBGE, de julho de 2009, a Baixada Santista conta com aproximadamente 1,7 milhão de habitantes e oferece 3.229 leitos hospitalares, um déficit de 1.776, de acordo com o parâmetro de 1,5 a 3 leitos disponíveis para cada 1 mil habitantes, determinado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
De acordo com dados do Ministério da Saúde (Datasus), a Região tem 1.771 leitos SUS, 1.077 leitos não-SUS, 246 leitos complementares SUS e 145 leitos complementares não-SUS.
Considerando o parâmetro da OMS, a Baixada deveria contar com 5.005 leitos disponíveis, tendo 55% menos do que o necessário. Santos é a única cidade com leitos a mais do que o mínimo estimado para a sua população.
O Município tem 1.948 leitos (SUS, não-SUS, complementares SUS e não-SUS), contra o mínimo necessário de 1.251. O superávit é 687 leitos. O que não coloca a cidade em vantagem sobre os demais municípios com déficit de leitos porque Santos acaba recebendo uma grande demanda de pacientes dessas cidades.
A cidade de Bertioga, por exemplo, não tem nenhum leito de UTI, tendo que recorrer a outros municípios. Segundo Odílio, Santos absorve exames e internações de média e alta complexidade de toda a Baixada.
O levantamento mostrado pelo secretário de Saúde de Santos aponta ainda um déficit de mais de 100 leitos de UTI na Região. “Estamos internando menos do que a média do Estado. Temos gargalo de internação. Não conseguimos internar pacientes de acordo com as suas necessidades”, afirmou Odílio.
PPI
Odílio explicou que o Estado e os nove municípios firmaram a Programação Pactuada Integrada (PPI) de regionalização da atenção. A PPI implica na distribuição de pacientes para municípios que oferecem procedimentos de média e alta complexidade, o que implica também na distribuição de recursos do Teto SUS conforme os procedimentos realizados.
”A PPI é atualizada a cada 3 ou 4 meses, mas falta fazer essas pactuações entre os municípios. O município que quiser pode se pactuar com a gente (Santos)”, explicou Odílio afirmando que a PPI já está instalada só fazer as pactuações.
Ampliação de leitos
O diretor do DIR-19 José Ricardo Di Renzo, falou que o número de leitos está sendo ampliado nos Hospital São José (São Vicente) e Hospital Irmã Dulce (Praia Grande). “No Hospital São José serão disponibilizados 30 leitos para clínica, mais procedimentos de ortopedia.
É o mesmo caso do Irã Dulce (Praia Grande). Refizemos o contrato na quarta-feira ampliando os leitos de terapia intensiva de adultos. O Irmã Dulce também está sendo uma grande retaguarda pra gente na dengue”.
Faltam médicos
Odílio disse que Santos enfrenta uma defasagem de 55 médicos na rede pública e que aguarda a contratação de pelo menos oito para poder abrir os oito leitos de UTI do Hospital Arthur Domingues Pinto, na Zona Noroeste. “Em toda a região temos uma grande dificuldade de contratar médicos. Os editais já foram publicados, assim que a gente conseguir contrataros médicos vamos abrir as oito UTIs”.
Dengue
Odílio também apresentou os últimos números da dengue em Santos. São 1.267 casos confirmados, sendo 1.221 de dengue clássica, 26 (complicações da dengue), 18 (febre hemorrágica) e 11 óbitos. Entre os óbitos, um por febre hemorrágica, dois (dengue clássica), 3 (complicações) e dois (síndrome do choque do dengue).
Tanto Odílio quanto Di Renzo afirmaram que, diante da epidemia de dengue, todas as medidas para a liberação de leitos a pacientes com dengue, mesmo com a defasagem, está sendo feito.
Di Renzo afirmou que as cirurgias eletivas sem urgência são suspensas de acordo com a necessidade de disponibilização de leitos para internamento de pacientes de dengue.
Segundo Di Renzo, o Hospital Estadual Guilherme Álvaro e o Hospital Regional de Itanhaém são retaguardas. “Estamos fazendo dos hospitais regionais base para os atendimentos das epidemias”. Ele lembrou ainda que a Região precisa se preparar para os casos de Gripe A (H1N1).
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