Davidson Lemela lançou seu 3º livro / Nair Bueno/Diário do Litoral
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que no mundo, atualmente, cerca de 300 milhões de pessoas sofrem de depressão. Sobre o Transtorno de Ansiedade - que pode levar à depressão ou ser um dos agravantes dela - o órgão indica que, só no Brasil, são quase 20 milhões de casos. São pessoas com sintomas como tristeza profunda, melancolia excessiva, preocupação exagerada e desproporcional ao que estão vivendo e, talvez, o pior: com sintomas físicos graves gerados por essas condições, como batimentos cardíacos irregulares, suores, tremores, falta de apetite, dificuldade de concentração e foco dentre outros.
Será que tais condições poderiam estar ligadas a vidas passadas? Este é o assunto abordado no livro “Demônios ou Hormônios? Ansiedade e Depressão sob a Ótica das Vidas Passadas”, o 3º escrito pelo santista Davidson Lemela, terapeuta de vidas passadas e neuropsicólogo.
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Confira como foi a conversa com a Reportagem do DL:
DL - Demônios ou Hormônios? O título do seu livro começa assim. Por qual razão?
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Lemela: A depressão não é uma doença nova. Existe há muitos séculos. No séxulo XVIII eles não entendiam essa melancolia e a chamavam de preguiça, que virou um dos pecados capitais. E se a pessoa tinha "preguiça", era um demônio que estava dominando ela. Ai a ciência evoluiu e acabou com essa conversa de que se tratava de demônios, provando que eram questões hormonais/biológicas. E meu livro questiona essas duas vertentes.
DL - Sua formação inicial é em psicologia, mas sua abordagem terapêutica se baseia na reencarnação, pois trata de vidas passadas. Há conflito com o Conselho Federal de Psicologia, já que ele não reconhece a existência da reencarnação?
Lemela: O Conselho diz que não existe comprovação científica sobre a reencarnação, e eu digo que a única abordagem psiccológica que tem comprovação científica é a Comportamental, do Skinner. As outras, como a Psicanálise, não tem comprovação científica. Não há evidências que exista ou não o inconsciente. Há uma interpretação de que a reencarnação está ligada à religião, o que não é bem verdade, e talvez por isso os conselhos não a reconheçam.
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DL - No seu consultório, então, sua abordagem terapêutica é a das vidas passadas? Somente ela?
Lemela: Sim. Meus pacientes são comunicados, de início, que essa é a linha que eu sigo. Deixo sempre bem claro que faço Terapia Regressiva. Se algum deles diz que não quer, eu indico outro profissional para acolhê-lo.
DL - Como você chegou a essa conclusão? De que a depressão e a ansiedade podem ter ligações com vidas passadas?
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Lemela: Depois da faculdade de psicologia fiz uma especialização em terapia regressiva, e aí entrei em contato com essa visão diferenciada. Essas doenças tem origem na espiritualidade. A ciência tem razão quando diz que o indivíduo que sofre de depressão e ansiedade carrega consigo deficiências de alguns hormônios relacionados ao humor. Há questões biológicas envolvidas nisso? Há, e eu concordo com isso. Mas já notou em que existem pessoas que tomam medicamentos por anos para contornar essas deficiências e não obtém resultados? Não se curam? É esse o ponto: há coisas por trás disso que predispõe esse indivíduo a não regular esses hormônios. A relação do passado com o presente está aí.
DL - Como são as suas sessões terapêuticas? O paciente chega a ficar inconsciente?
Lemela: Primeiro faço uma entrevista, que dura algumas sessões, para entender os problemas desse paciente e construírmos essa relação de confiança. Só depois, com tudo isso definido, entro com as sessões de regressão. Ele fica consciente, sentado nesta mesma poltrona que você está, e começo a aplicar as técnicas para que ele comece a se lembrar e a me contar suas histórias de outras vidas. Repito: o paciente sabe tudo o que está acontecendo e se recorda de tudo quando sai daqui. Plenamente consciente de todo o processo e de tudo o que ele relatou.
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DL - E depois que ele conta a história?
Lemela: Aí vem a parte mais importante, que é a ajuda; a terapia. Essa história que ele se lembrou e contou precisa servir, de algum jeito, para o que ele está enfrentando hoje. Essa lembrança é terapêutica.
DL - Muitas pessoas falam que fazer regressão é perigoso, pois elas podem ficar presas ao passado. Há esse risco? Aliás, quais os riscos, de forma geral?
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Lemela: Tudo fantasia. Aliás, as pessoas fantasiam demais sobre esse tema. Você não fica preso a lugar nenhum, pois você não vai a lugar nenhum. É a história que virá até você. É o seu inconsciente junto a você descortinando seu passado. Não há risco algum nisso. É uma terapia segura.
DL - Você se recorda de algum caso que marcou muito em alguma das suas consultas?
Lemela: As fobias causam muita ansiedade. Lembro de uma paciente que tinha pavor de altura. Quando ela se sentou na poltrona ela já apontou para a janela, que estava com as cortinas abertas (o consultório fica no 9º andar). Ela passava mal sempre que chegava próximo a janelas de prédios e não andava de elevador. Quando iniciamos a terapia ela logo se recordou de que ela, em outro século, casou por obrigação com um homem muito estúpido. Ela o descreveu com detalhes; inclusive que era muito barbudo e cheirava mal. Ela estava muito infeliz e chegou ao ponto de sentir uma tristeza tão grande com esse casamento que caminhou até um determinado local, no vilarejo onde morava, chegou a um ponto mais alto e se jogou. Depois, ela se arrependeu de ter feito isso, pois havia deixado sua filha. Percebe como isso estava afetando ela e seu comportamento hoje em dia? Passei a trabalhar com ela em cima disso e, algumas sessões depois, ela se curou desse medo.
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O livro
Davidson recomenda que os leitores leiam o seu livro com atenção e reflitam com isenção. “As ideias apresentadas não foram aqui reunidas a partir de conceitos simplesmente teóricos ou cogitações mentais, mas são o resultado de minha experiência terapêutica com quase 5.000 sessões de regressão de memória às vidas passadas e centenas de pacientes em mais de 20 anos de prática clínica. São milhares de histórias reais que falam por si e que se transformaram em evidências claras, que me autorizam a propor esta visão diferenciada e esse olhar ampliado sob a ótica da nossa imortalidade”, afirma Lemela.
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