Saúde

Endometriose leva sete mulheres para a mesa de cirurgia todo dia em SP

A doença pode causar cólicas intensas durante a menstruação, dor durante a relação sexual e infertilidade feminina

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 11/11/2013 às 11:57

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Levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo revela que, em média, a endometriose leva diariamente sete mulheres para cirurgia em hospitais públicos em todo o Estado. No ano passado foram realizadas 2.606 cirurgias para tratar a doença. Em 2009, cerca de 2,5 mil. 

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No hospital estadual Pérola Byington, unidade da Secretaria especializada em saúde da mulher, na capital paulista, somente no ano passado, foram realizadas 3.114 atendimentos de pacientes com endometriose, com 105 cirurgias.

A doença é caracterizada pela presença de células do endométrio, mucosa que reveste o útero, fora do lugar. Ou seja, em vez de os resíduos saírem na menstruação, como deveria ocorrer normalmente, sobem pelas trompas e caem na parte interna da barriga.

O lugar mais frequente em que ocorre a endometriose é o ovário, mas ela pode atingir todo o útero por fora, cavidade abdominal, rim, intestino e até o pulmão. Os principais sintomas são cólica aguda, sangramento intenso durante o período menstrual, dor durante a relação sexual e infertilidade feminina.

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A causa do desenvolvimento da doença ainda não está bem estabelecida, mas evidências indicam que a combinação de fatores  genéticos, hormonais e imunológicos poder contribuir  para a formação e o desenvolvimento dos focos ectópicos  de endometriose. Embora 70% a 90% das mulheres apresentem menstruação retrógrada, apenas uma minoria, cerca de 15%, irá desenvolver a doença. Normalmente o sangue é absorvido e não causa maiores danos, sugerindo que outros fatores, como o ambiente e ritmo de vida, podem determinar maior suscetibilidade para desenvolver a doença.

No ano passado foram realizadas 2.606 cirurgias para tratar a doença. Em 2009, cerca de 2,5 mil (Foto: Divulgação)

“Essa doença afeta muito a parte psicológica da mulher,  e os sintomas são extremamente incômodos. Ela não consegue trabalhar, se divertir ou ter relações sexuais e acaba ficando irritada com a situação. Nos casos em que há infertilidade, ainda é preciso lidar com a frustração. Além disso,  na maioria das vezes, o companheiro não entende o que  a mulher está passando, o porquê de ela não conseguir ter relações e isso pode acabar estremecendo o relacionamento”, ressalta  André Luiz Malavasi, diretor do setor de ginecologia do Pérola Byington.

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O tratamento de casos leves de endometriose pode ocorrer através de pílula anticoncepcional, assim, a paciente para de menstruar e endometriose não ocorre mais. Para casos mais graves é possível utilizar DIU com progesterona, que alivia os incômodos causados pela doença.

O método mais efetivo é a cirurgia através de videolaparoscopia, por meio do qual, com uma microcâmera introduzida através do umbigo e uma pequena incisão, é possível buscar os focos de endometriose e cauterizá-los, limpando a cavidade abdominal. Trata-se de uma técnica extremamente efetiva e minimamente invasiva.

Se o tratamento for realizado corretamente, as chances da doença voltar são mínimas.  Em casos extremos ou em que a paciente não deseja mais engravidar, todo o útero é retirado por procedimento de histerectomia, que pode ser laparotomia ou laparoscopia.

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