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Pode chegar a 18 o número de mortes por dengue em São Paulo no surto que afeta a cidade desde janeiro e já registra 8.508 casos de contaminação local (autóctone) confirmados. Além dos oito casos de morte já confirmados pela Secretaria Municipal da Saúde, outras dez mortes estão sob investigação. A informação foi confirmada por técnicos da Coordenação de Vigilância Sanitária (Covisa) e Gerência de Zoonoses da Prefeitura de São Paulo durante audiência pública da Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher da Câmara dos Vereadores, convocada pelo vereador Gilberto Natalini (PV).
Embora o pico da dengue tenha sido atingido no mês de abril e já haja indícios de redução nas notificações da doença na cidade, o número de pessoas com suspeita de contaminação pelo mosquito Aedes aegypti já alcança 42.839 pacientes. A doença está presente em 94 das 96 unidades de controle de zoonoses do Município. Em 33 delas há estado de alerta. Outras sete (Jaguaré, Lapa, Rio Pequeno, Raposo Tavares, Vila Jacuí, Tremembé e Pirituba) estão em situação de emergência. Somente duas, Marsilac e Socorro, na zona sul, não estão entre as áreas com transmissão pelo mosquito no Município.
De acordo com técnicos, esses números ainda podem crescer com a chegada ao sistema de controle de estatísticas de dados das unidades locais relativos ao período mais crítico. O pior período de contaminação em São Paulo, segundo a Covisa, ocorreu na 16ª semana de medição da doença, no início de abril. Pelo menos 1.100 desses casos são de moradores de outras cidades. O pior quadro da dengue em São Paulo havia sido registrado em 2010, quando foram confirmados 5.886 casos da doença - entre 21.387 notificações de suspeita de transmissão.
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Segundo os dados da Saúde, mesmo com o aumento no número de casos de dengue, a capital neste ano ainda está na faixa que o Ministério da Saúde considera como "baixa contaminação". "Temos 75 casos para cada 100 mil habitantes", afirmou Vivian Ailt Cardoso, subgerente da Vigilância das Zoonoses e Agravos Transmitidos por Vetores. De acordo com os técnicos da Saúde, a curva da contaminação da dengue na capital tende a cair com a chegada das baixas temperaturas. Mas o trabalho de prevenção não pode ser descontinuado, porque os ovos do mosquito transmissor resistem mais de um ano no solo.
Natalini criticou a ausência de representantes da Secretaria Estadual da Saúde, convidada para a audiência, mas que alegou que não poderia comparecer por causa da Copa do Mundo. Representantes do Ministério da Saúde também foram convidados e não compareceram.
Reclamação
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Durante a audiência pública, agentes de zoonoses, que integram as equipes de combate à dengue, reclamaram da falta de equipamentos. As esquipes não estariam recebendo máscaras, luvas e outros equipamentos de proteção (EPI), afirmaram diversos agentes que estavam na audiência.
Rosane Correia de Oliveira, do Centro de Controle de Zoonoses, admitiu dificuldades no fornecimento de materiais. Ela argumentou que houve aumento na demanda por causa da infestação recorde no ano e que empresas que deveriam fornecer o material não conseguiram cumprir o prazo de entrega.
Os agentes de zoonoses querem também a votação de projeto que transfere a categoria para a Secretaria da Saúde. Hoje, eles estão ligados à Secretaria de Gestão. Os vereadores Gilberto Natalini e Rubens Calvo (PMDB) se comprometeram a tentar apressar a tramitação da proposta. Os agentes alegam que o trabalho deles deveria ser integrado aos de agentes de saúde, por serem ações complementares. A separação entre as categorias prejudica o trabalho de combate, alegam os servidores.
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