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Trinta anos após o aparecimento dos primeiros casos de Aids, o perfil predominante de soropositivos, ou seja, de portadores do vírus HIV mudou. Chamada de peste gay no início, hoje a doença acomete 68% dos pacientes heterossexuais atendidos no hospital estadual Emílio Ribas, na Capital, e 58,20% das pessoas heterossexuais acompanhadas em Santos pelo Centro de Referência e Tratamento (Cocert) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Segundo dados da Secretaria de Saúde de Santos, na distribuição por categoria de exposição, além dos 58,20% que são heterossexuais, 16,70% são homossexuais e 10,10% bissexuais – o restante não informou. Entre a terceira idade (maiores de 60 anos), foram registrados nove casos novos em 2008; 11 em 2009; seis em 2010; e, até agora, seis confirmados em 2011.
Ao todo, o Cocert, que integra o Programa Municipal de DST/Aids e Hepatites, faz o acompanhamento de cerca de 3.100 pessoas (HIV/Aids) assistidas pela Secraids (Seção Centro de Referência em Aids) e Senic (Seção Núcleo Integrado de Atendimento à Criança). Deste número, 18 são gestantes, 55 crianças expostas (menores de 1 ano, filhos de mães com HIV) e 40 crianças (1 a 12 anos, com HIV confirmado).
Em 2010, foram confirmados 123 novos casos de Aids, com a incidência de 29,30 casos para cada 100 mil habitantes. Em 2009, foram confirmados 201 novos casos e em 2008, 155.
Emílio Ribas
Do total de pacientes atendidos no Hospital estadual Emílio Ribas, na Capital, 80% são portadores do vírus HIV. Destes, 68% afirmam que são heterossexuais. Os dados são da pesquisa sobre o perfil do paciente feita pelo hospital que é referência em tratamento de doenças infecto-contagiosas na Capital.
O estudo mostra também que 25% dos pacientes são do sexo feminino e a maioria, homens e mulheres, têm entre 30 e 40 anos de idade. Apenas 20% dos entrevistados declararam união estável com o parceiro.
Em relação à escolaridade, 42% dos pesquisados informaram ter apenas o ensino fundamental concluído e 0,9% concluíram o ensino superior. Segundo o diretor do Emílio Ribas, o médico infectologista David Uip, a batalha contra o vírus ainda continua e a barreira principal ainda não foi quebrada: a consciência de todos, independentemente da opção sexual.
“Houve muitos avanços na medicina no que se diz respeito ao tratamento da Aids da década de 80 para cá, mas não adianta a medicina evoluir se toda a população não estiver consciente dos riscos da doença e de como preveni-la”, comenta.
O levantamento dos dados foi realizado pelo serviço social durante 15 dias acompanhando a rotina de mais de 100 pacientes internados no hospital.
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