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As discussões em torno da obesidade estão sempre em pauta e muitos atribuem este mal à falta de exercícios físicos somada à ingestão de uma quantidade maior de calorias. De fato este é um dos fatores que levam à obesidade, porém a doença é uma consequência da interação entre fatores genéticos, comportamentais e ambientais.
Um destes fatores é o consumo de Bisfenol A (BPA), um disruptor endócrino que está presente em alimentos enlatados, mamadeiras, embalagens de bebidas, filmes de polivinil, papéis, cartolinas etc. “As pessoas ficam em contato com este componente químico principalmente por meio da contaminação de alimentos sob calor, contato com a pele e inalação de poeira doméstica”, informa Dr. Mauro Scharf, endocrinologista do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica.
Estudos apontam que o BPA é um disruptor endócrino e pode simular o comportamento do estrogênio, hormônio feminino, no organismo, interferindo no funcionamento de algumas glândulas endócrinas e alterando a ação de vários outros hormônios. Segundo o Dr. Mauro Scharf, mesmo em pequenas quantidades, esse produto químico pode provocar doenças. Estão sendo estudados as possíveis relações do BPA com alterações do sistema imunológico, aumento da próstata, diabetes, hiperatividade, infertilidade, obesidade, puberdade precoce e câncer da mama.
No Brasil, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) tenta há algum tempo fazer com que seja proibido o uso deste disruptor endócrino nos produtos nacionais. Um dos avanços foi com relação à fabricação de mamadeiras no Brasil ou importadas para o país, que são proibidas de conter o BPA.
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Agora, a SBEM busca fazer com que essa resolução também inclua embalagens de alimentos e brinquedos. “O BPA é especialmente agressivo para crianças de 0 a 12 meses, porque o sistema endócrino delas ainda está em formação”, revela Dr. Scharf.
Especialistas estimam que uma pessoa ingira, em média, até 10 mg de bisfenol-A por dia, que são liberados a partir de copos descartáveis, escovas de dentes e outros produtos plásticos. Essa quantidade contraria a recomendada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que considera não prejudicial à saúde uma dose de 0,6 mg por quilo de alimento. Alguns especialistas afirmam que esse componente pode permanecer no corpo humano por um longo período, podendo provocar, com isso, um efeito acumulativo e desta forma desencadear alterações dos sistemas hormonais e consequentemente doenças.
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