SAÚDE

Chegada do verão acende alerta para o câncer de pele não melanoma, tipo mais incidente no Brasil

Segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), no triênio de 2023-2025, o Brasil deve registrar 2 milhões de novos casos de câncer no geral

Da Reportagem

Publicado em 07/12/2022 às 18:55

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Filtro solar (foto) é uma das principais ferramentas de proteção contra os raios UV e UVB / Foto/ Pixabay

Entre 2023 e 2025, o Brasil terá mais de 2 milhões de casos de câncer, segundo a estimativa mais recente do Instituto Nacional do Câncer (Inca). São esperados 704 mil novos casos por ano. Entre eles, o câncer de pele não melanoma, mais comum no país, segue como o mais prevalente: representa 31,3% do total esperado. O estudo foi publicado em novembro deste ano, como celebração do Dia Nacional de Combate ao Câncer (27 de novembro).

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Apesar da incidência, esta é uma doença tratável e com possibilidades altas de cura, desde que o diagnóstico seja precoce.

“Com a chegada do verão, as pessoas vão à praia se bronzear, passam horas sob o sol e não reaplicam o protetor solar após sair do mar, e isso quando aplicam. A curto prazo, isso pode gerar queimaduras na pele, principalmente em pessoas mais brancas. A longo prazo, os efeitos são piores”, afirma a médica especialista em Dermatologia da Medicar Soluções em Saúde, Flávia Villela.

O risco de câncer de pele costuma ser maior entre pessoas de pele clara e que se queimam com facilidade no sol, com fototipos I e II (extremamente branca e branca), pois têm mais sensibilidade à radiação solar.

“O câncer de pele é provocado pelo crescimento anormal das células que compõem a pele. As células formam camadas e os tipos de câncer são definidos de acordo com a forma que essas células forem afetadas”, explica a médica.

Sintomas

Conforme orienta a especialista da Medicar Soluções em Saúde, o paciente deve ficar atento a todo sinal de manchas ou lesões que surgirem na pele, especialmente se tais lesões tiverem uma aparência estranha.

“Se aparecerem mancha elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, com mais de uma cor, crosta e que sangra com facilidade, ou pintas de cor preta ou castanha que mudam de cor, crescem e tomam forma irregular, além de feridas que não cicatrizam e continuam a crescer, pode ser o primeiro sinal de um câncer de pele e precisa ser investigado pelo dermatologista”, alerta Flávia Villela.

A médica ainda comenta que é muito importante o paciente conhecer o próprio corpo, pois, assim, ele conseguirá ajudar a identificar qualquer alteração no padrão de pintas e manchas que já tenha. “De qualquer forma, antes de se desesperar, o ideal é consultar um médico especializado. Somente um exame clínico com o dermatologista poderá identificar as alterações e ter a orientação necessária”, ressalta a médica.

 

Tipos de câncer de pele

Existem, ao todo, três tipos de câncer de pele: o carcinoma basocelular (CBC), o carcinoma espinocelular (CEC) e o melanoma.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, os dois primeiros são responsáveis por 177 mil novos casos da doença por ano. Considerados mais prevalentes, eles costumam surgir em áreas do corpo mais expostas ao sol, como rosto, couro cabeludo, ombros e costas. Ainda assim, ambos têm suas diferenças.

O carcinoma basocelular é o tipo mais comum e de baixa letalidade, com maior possibilidade de cura caso seja feito o diagnóstico precoce. Ele é caracterizado como uma pápula vermelha com uma crosta central, que sangra com facilidade.

O carcinoma espinocelular, segundo mais comum, costuma afetar mais homens do que mulheres, afirma a Sociedade Brasileira de Dermatologia. No CEC, além da exposição excessiva ao sol, alguns casos da doença estão associados a alguns agentes químicos e radiação, por exemplo.

Ele tem como característica uma coloração avermelhada, com aparência de machucados que não cicatrizam e podem sangrar, ou ainda podem parecer verrugas.

O mais grave, letal e raro tipo de câncer de pele é o melanoma. Ao contrário dos tipos citados anteriormente, ele costuma aparecer em áreas de difícil visualização, mais comumente nas pernas em mulheres, no tronco e homens e pescoço e rosto em ambos.

Ele se caracteriza como uma pinta ou sinal na pele em tom castanho ou preto. No início da doença, o melanoma surge apenas na parte superficial da pele, o que facilita a remoção cirúrgica. Por isso a importância do diagnóstico precoce - segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, ele dá mais de 90% de chance de cura.

Em estágios mais avançados, no entanto, as possibilidades de cura são menores, já que as lesões são mais profundas e podem atingir os órgãos. Esta disseminação das células cancerígenas nos órgãos é chamada metástase.

Tratamento

Ao perceber sinais suspeitos, o paciente deve procurar atendimento médico e realizar alguns exames, que variam em cada caso. Em alguns, é necessário fazer uma biópsia - exame no qual é recolhida uma amostra do tecido para análise em laboratório.

“No combate ao câncer, é feita uma cirurgia para remoção do tumor e, dependendo do estágio da doença, quimio e radioterapia. Quando o câncer se espalha para outros órgãos, a chamada metástase, são usados novos medicamentos”, explica Flávia Villela.

 

Prevenção

A médica reforça que o filtro solar continua sendo uma das melhores ferramentas de proteção para a pele contra os raios ultravioleta do sol.

“O fator mínimo indicado é 30 fps, mas pode variar de acordo com a necessidade de cada paciente, avaliada por um médico dermatologista, e sempre deve conter proteção contra raios UVA e UVB”, diz.

Flávia Villela explica ainda que o produto deve ser aplicado por todo o corpo, rosto e boca (desde que o protetor solar usado em cada uma dessas partes seja feito para ela), sem negligenciar partes que não se expõem tanto ao sol - e, claro, reaplicar o protetor.

“O ideal é que isso seja feito a cada duas horas durante a exposição ao sol e reaplicado após mergulhar em praias e piscinas ou caso transpire muito, seja o filtro solar à prova d’água ou não”, pontua.

E existem ainda outros cuidados a serem tomados, como: evitar a exposição prolongada ao sol entre 10 e 16 horas; usar óculos com proteção UV e roupas adequadas e usar filtro solar mesmo em dias nublados. “Esse conjunto de ações preventivas é essencial para evitarmos a incidência de câncer de pele”, conclui Flávia.

 

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