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Há aproximadamente 200 pacientes à espera de cirurgias no estado do Rio, devido à falta de leitos em UTI. Os dados foram divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde. Desse total, 22 pessoas têm mandados judiciais para agilizar o processo de internação.
Alguns pacientes esperam há meses. O aposentado Emidio Ferreira da Silva, 61 anos, aguardou tanto que teve de refazer os exames para finalmente conseguir realizar uma cirurgia de hérnia inguinal. “Fiz todos os exames, inclusive o risco cirúrgico, aguardando a ligação para me internar. Um ano depois, tive que refazer tudo, e esperar um pouco mais. Se numa cirurgia considerada pequena acontece isso, o que dizer de outras mais graves? É complicado para o paciente.”
Para a presidenta da Associação Brasileira em Defesa dos Usuários dos Sistemas de Saúde, Terezinha Alves Borges, o número é preocupante. “Quando a pessoa está aguardando vaga em uma UTI é porque ela precisa rapidamente de atendimento, é uma emergência. Essa demora acarreta complicações nos pacientes. Chegaram a nós casos de pessoas que estavam na fila e, quando apareceu vaga, já tinham morrido.”
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A associação atua principalmente para auxiliar e orientar usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo Terezinha, muitas vezes o paciente tem de recorrer à Justiça para garantir a internação. “Quando a saúde é judicializada, há uma falha do gestores. [Ir à Justiça] é o último recurso que a pessoa tem para conseguir ser atendida.”
A Secretaria Estadual de Saúde atribui a fila a problemas na regulação de leitos de cirurgia. De acordo com o governo fluminense, apesar de ter quadruplicado o número de leitos de UTI, de 269 em 2006 para 1.101 atualmente, o aumento ainda é insuficiente.
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro nega que tenha fechado leitos e informa que há 5.011 unidades em funcionamento, das quais 1.141 foram inauguradas em quatro novos hospitais.
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Já o Ministério da Saúde, responsável pelos hospitais federais do Andaraí, Bonsucesso, Cardoso Fontes, Ipanema, Lagoa e Servidores do Estado, esclarece que todos os seus 186 leitos de terapia intensiva estão sob a regulação da Secretaria de Saúde do estado.