SAÚDE

Câncer que Pelé trata é um dos mais comuns na população brasileira

Apesar da incidência, não se trata de um câncer com alta taxa de mortalidade

STEFHANIE PIOVEZAN - FOLHAPRESS

Publicado em 01/12/2022 às 20:15

Atualizado em 01/12/2022 às 20:20

Compartilhe:

Pelé está internado em São Paulo / Reprodução

O câncer de cólon, doença que Pelé trata desde o ano passado e que motivou a internação dele nesta quarta-feira (30), é um dos tumores mais comuns na população brasileira.

Estimativa do Inca (Instituto Nacional de Câncer) aponta que, neste ano, o Brasil deve registrar 20.520 casos de câncer de cólon e reto em homens e 20.470 em mulheres, e esses números devem subir em 2023.

No próximo ano, a projeção do instituto indica que o país terá 45.630 novos casos de câncer colorretal, sendo 23.660 entre as mulheres e 21.970 entre os homens, uma alta de 11,32%.

Com esses números, o câncer colorretal será o segundo tipo de câncer com maior incidência na população, ultrapassando os tumores de pulmão e de colo de útero, que historicamente eram mais prevalentes nas populações masculina e feminina, respectivamente.

A projeção mostra que, entre os homens, o câncer de próstata continuará em primeiro, com 71.730 casos (30%), seguido por cólon e reto, com 9,2%. Entre as mulheres, o câncer de mama seguirá como o mais comum, com 73.610 novos casos (30,1%), e o câncer de cólon e reto virá em seguida, com 9,7%.

Segundo o Inca, esse tipo de tumor quase sempre se desenvolve a partir de pólipos, lesões benignas que crescem na parede do intestino. Sabe-se que ele é mais frequente em pessoas que consomem carne vermelha em excesso, têm uma alimentação pobre em fibras, são fumantes ou consomem bebida alcoólica.

"Entre 10% e 15% dos casos têm uma origem familiar, mas cerca de 85% dos pacientes têm o que chamamos de câncer esporádico. Nesses casos, a dieta e o padrão de exercício físico são fatores que podem ter contribuído para a doença", diz o médico Paulo Hoff, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.

Apesar da incidência, não se trata de um câncer com alta taxa de mortalidade. De acordo com o Observatório da Atenção Primária à Saúde, em 2020, o câncer colorretal causou 20.245 mortes no país.

Considerando apenas o câncer de cólon, foram 12.422 mortes.

"Hoje, mesmo o câncer de cólon com metástase, em algumas situações, é potencialmente curável. A expectativa de cura desses pacientes, se compararmos com 20 anos atrás, melhorou muito", comenta Hoff.

Há contudo, um problema em relação ao diagnóstico. Para o oncologista, com o aumento da incidência da doença, a prevenção poderia ser iniciada aos 45 anos -não aos 50, como preconizado atualmente- e há necessidade de ampliar a quantidade de exames e procedimentos.

Levantamento do Observatório APS mostra que, em 2019, foram feitas 347.098 colonoscopias pelo SUS. Em 2020, com a pandemia, esse número caiu para 242.372, uma redução de 30%.

"No Brasil, temos uma aderência muito baixa à colonoscopia e ao teste de sangue oculto nas fezes. Não estamos fazendo a prevenção no volume que seria recomendado para uma doença tão importante", avalia o oncologista.

Ele ressalta que não há estrutura para oferecer a colonoscopia a todos aqueles acima de 45 anos, mas um protocolo de realização anual do teste de sangue oculto, com colonoscopia nos casos positivos, seria capaz de reduzir o número de casos no país.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Diário Mais

Saiba qual cidade tem o metro quadrado mais caro do litoral de SP

Levantamento foi elaborado pelo DataZap

Cotidiano

Jovem de 14 anos desaparece em rio do Vale do Ribeira

Garoto nadava em rio na companhia de outros menores quando acabou levado pela correnteza

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter