Câncer de mama está entre os tipos mais comuns da doença no país / jan-kopriva/unsplash
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A pandemia de Covid-19 continua causando impactos no tratamento de neoplasias. Hoje, em 10% das cidades brasileiras o câncer já é a principal causa de morte. "Os pacientes iniciaram o tratamento em estágios avançados da doença, o que reduz as chances de cura", afirma o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e PhD em oncologia pela Universidade do Porto, Portugal.
Em 2020, estudo do Observatório de Oncologia mostra que o Brasil registrou redução geral de 26% em procedimentos para diagnóstico dos cinco tipos mais comuns de tumores oncológicos no país: mama, próstata, colorretal, pulmão e estômago. Eles representam mais de 200 mil casos de câncer, por ano. Segundo uma outra pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed) e pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), a pandemia de Covid-19 reduziu em quase 1 milhão o número de exames aplicados para diagnosticar câncer de intestino ou câncer colorretal.
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"O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura. Mas não é só isso. O tratamento tardio também pode aumentar os custos tanto para a saúde pública quanto para o atendimento privado, bem como depararmos com um quadro de crescimento exponencial da doença", alerta o oncologista.
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"O panorama atual é preocupante", avalia Ramon de Mello. Em 2020, as mamografias e os exames de câncer de estômago diminuíram em mais de 40% em comparação com o ano anterior. As biópsias tiveram queda de 29% e os exames de próstata caíram 25%. No período, também tiveram redução os exames de câncer de pulmão (23%) e câncer colorretal (25%).
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