JANEIRO VERDE

Câncer de colo do útero: Médica esclarece fatos e mitos sobre a doença

Mês reforça a conscientização e prevenção da doença, que tem como principal causa o HPV; especialista desmistifica informações falsas

Da Reportagem

Publicado em 04/01/2023 às 12:22

Atualizado em 04/01/2023 às 12:24

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Tire dúvidas sobre o câncer de colo do útero / Divulgação

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O câncer de colo de útero, apesar de ser algo que preocupa as mulheres pelo mundo, pode ser prevenido a partir de alguns cuidados. Este mês, que leva a cor verde, traz como foco a prevenção e conscientização contra a neoplasia, que tem como principal causa o Papilomavírus Humano (HPV), responsável por cerca de 99% dos casos.
 
De acordo com a médica Larissa Gomes, oncologista da Oncoclínicas São Paulo, a infecção por HPV costuma ser assintomática e autolimitada. "Em grande parte dos casos, até os 30 anos as mulheres podem ter essa infecção resolvida. No entanto, há a possibilidade do vírus evoluir para o desenvolvimento do câncer do colo do útero”, explica.
 
Cerca de 75% das brasileiras sexualmente ativas irão entrar em contato com o vírus durante a vida. Por volta dos 25 anos de idade, é quando o ápice da transmissão acontece e depois do contágio, 5% delas irão desenvolver a neoplasia entre dois e dez anos, segundo o Ministério da Saúde.
 
Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2023 cerca de 17.010 mulheres serão diagnosticadas com câncer do colo do útero no Brasil a cada ano, o que representa um risco considerado de 13,25 a cada 100 mil casos. Vale lembrar ainda que a doença é o terceiro tipo de câncer que mais afeta o público feminino, por isso, é muito importante que o diagnóstico seja feito o quanto antes para o início do tratamento.
 
A seguir, a oncologista comenta 6 informações relevantes para ficar no radar:
 
A vacina contra o HPV pode prevenir o câncer do colo do útero?

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"Sim! Desde 2014, ela é oferecida gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde do Brasil para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Diante dessa realidade, a vacinação contra o HPV pode não só prevenir o câncer do colo do útero, como também o de vulva, vagina e ânus nas mulheres e de pênis nos homens. É necessário que a imunização ocorra antes da exposição ao vírus, ou seja, antes do início da vida sexual".
 
Mulheres jovens podem ter câncer do colo do útero?

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“Em grande parte dos casos, esse tipo de câncer ocorre após os 40 anos, mas é importante reforçar que pode acontecer em qualquer idade. Por isso, é fundamental que a realização do exame do Papanicolau seja feita a partir dos 25 anos ou quando a mulher começa a ter relações sexuais. Por conta da baixa procura pela vacinação e exames ginecológicos de rotina, é possível notar um aumento dos casos em pacientes jovens, mostrando ainda mais que a prevenção é fundamental desde cedo”.
 
Qualquer mulher contaminada pelo HPV pode ter câncer do colo do útero?

"Não. Menos de 10% das mulheres infectadas irão desenvolver a doença, contudo, isso não é uma regra. No caso de pacientes com a imunidade comprometida, ou seja, transplantadas, portadoras de HIV ou ainda que realizem algum tratamento, a reprodução do vírus pode acontecer de maneira mais facilitada. Portanto, é fundamental que a vacinação contra o HPV ocorra como uma maneira de prevenção à doença".
 
80% da mortalidade pela neoplasia pode ser reduzida quando descoberta precocemente

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"Infelizmente, grande parte das mulheres não são diagnosticadas enquanto o câncer está na fase inicial. Por isso, é muito importante que os exames de rotina, como o Papanicolau, sejam realizados periodicamente. Nem sempre os sintomas podem ser percebidos, mas caso a paciente note algo fora do normal, é fundamental buscar ajuda de um especialista”.
 
Os primeiros sinais podem demorar para aparecer?

“Na maioria dos casos, o câncer do colo do útero é assintomático, mas é possível observar o surgimento da dor na relação sexual, sangramento ou, ainda, secreção vaginal com odor, quantidade ou aspecto diferente do usual. Quando a doença está avançada, a paciente pode apresentar dores mais intensas na região pélvica, alterações urinárias ou intestinais, perda de peso não justificada ou dores nas pernas e costas, ou cansaço extremo relacionado a perda sanguínea (anemia).
 
Se a mulher notar sangramento durante a menopausa, é preciso ficar de olho

"O sintoma pode estar relacionado ao câncer do colo do útero, contudo, é importante reforçar que não é a única causa possível".

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