Segundo o INCA, 84% dos casos de câncer da tireoide serão em mulheres / Divulgação
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O INCA – Instituto Nacional de Câncer registrou mais de 500 mil novos casos de câncer em nosso país. Cerca de 6 mil foram câncer da tireoide.
“Esse 1% representa pouco diante da incidência de outros tipos de câncer, mas já é o suficiente para prestarmos atenção a um problema que, muitas vezes, passa despercebido pela maioria das pessoas, principalmente das mulheres”, diz o cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Erivelto Volpi.
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Ainda segundo o INCA, 84% dos casos de câncer da tireoide serão em mulheres, um número cinco vezes maior do que o estimado em homens; 5.870 casos nas mulheres e 1.090 em homens. O especialista diz ainda que esse tipo de câncer já é o quinto mais frequente no sexo feminino, sendo o maior risco de incidência na fase reprodutiva. “É importante ressaltar que, embora seja mais frequente nas mulheres, a doença afeta também os homens, sendo o 17º mais prevalente entre o sexo masculino”.
Riscos
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Dentre os fatores de risco para esse tipo de câncer estão o histórico familiar e a exposição à radiação. Na última década, a incidência do câncer da tireoide em todo o mundo cresceu 10% em todas as faixas etárias. Segundo Dr. Volpi, o fato se deve ao maior acesso ao diagnóstico. Porém o especialista diz que há estudos recentes sobre disruptores endócrinos - substâncias químicas que interferem no sistema hormonal, alterando a forma natural de comunicação do sistema endócrino -, e que podem ser uma das causas do aumento da incidência do câncer da tireoide.
Tratamento
A boa notícia é que se diagnosticado precocemente, aumenta as possibilidades cura. No entanto, cerca de 60% dos pacientes com câncer da tireoide recebe o diagnóstico já em estágio avançado, porque, muitas vezes, os sintomas acabam passando despercebidos ou confundidos com outros problemas de saúde. “A investigação precoce de um nódulo maligno pode ser decisiva na vida do paciente, porque quando tratado no início, o câncer da tireoide tem ótimas chances de cura e evita que as células cancerígenas se espalhem para outras partes do organismo”, explica Dr. Volpi.
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A cirurgia para a remoção dos nódulos anormais (tireoidectomia) é a principal forma de tratamento. Após a cirurgia, o paciente passa a tomar hormônios para substituir os que não podem mais ser produzidos pela tireoide e, dependendo da avaliação médica, o tratamento é estendido com terapias contendo iodo radioativo.
Nova classificação
Há quatro tipos classificados de câncer da tireoide: o Papilífero, o Folicular, o Medular e o Anaplásico. O ano passado foi divulgado um estudo no Hospital Alemão Oswaldo Cruz sobre o carcinoma papilífero folicular encapsulado não invasivo, considerado até então maligno, que recomendou que seja classificado como benigno. “Com o desenvolvimento do conhecimento e com a mudança dos conceitos, pode ser que daqui a algum tempo, talvez, nem seja necessário operar esse grupo de paciente”, acrescenta Dr. Volpi.
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