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É comum ouvirmos falar em câncer de mama, câncer de pele, câncer de pulmão, próstata. Mas, em que consiste o câncer colorretal, também chamado câncer de cólon e reto? Embora muitos desconheçam, ele configura-se como um dos tipos mais frequentes de câncer em homens e mulheres e vem aumentando consideravelmente em todo Brasil. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), as principais vítimas do câncer de cólon são as mulheres. Para 2014, a expectativa é que 17.530 mulheres e 15.070 homens tenham o câncer. A doença pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum em pessoas com mais de 50 anos.
O câncer colorretal pode se desenvolver no cólon ou reto. A doença normalmente se inicia na camada superficial do revestimento intestinal e, com o tempo, atinge as camadas mais profundas. Pequenas lesões se desenvolvem na parede do intestino grosso, também chamadas de pólipos, e podem sofrer degeneração e evoluir para o câncer intestinal. “A doença pode ser tratada e até curada, desde que seja diagnosticada precocemente e não tenha atingido nenhum órgão. É importante um tratamento rápido para que as lesões benignas sejam retiradas antes de evoluírem para um câncer”, afirma Dr. Alexandre Chiari, médico oncologista da Oncomed BH.
Uma curiosidade: o câncer colorretal é mais facilmente desenvolvido em mulheres que já tiveram câncer de ovário, endométrio (útero) ou de mama. É importante prestar atenção nos primeiros sinais, para que o tratamento se inicie o quanto antes. “Algumas mudanças no intestino devem ter uma atenção especial, como diarreia, prisão de ventre, desconforto abdominal, sangramento nas fezes, sangramento anal ou cólica. O câncer é diagnosticado pelo exame de pesquisa de sangue oculto nas fezes. Se positivo, é necessária a colonoscopia, exame feito na parte de dentro do intestino”, finaliza o médico.
Prevenção primária e secundária
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No que diz respeito à prevenção primária, ou seja, ações que podem ser realizadas para reduzir o risco do aparecimento da doença, destaca-se: evitar uma dieta baseada em gorduras animais, rica em carnes vermelhas, baixa ingestão de frutas, vegetais e cereais. Deve-se evitar também o consumo excessivo de álcool. A prática regular de atividade física é considerada fator protetor para o desenvolvimento do câncer de cólon e reto.
Já referente à prevenção secundária, ou seja, diagnóstico precoce do câncer de cólon e reto, algumas recomendações são bem estabelecidas. Para o paciente sem fatores que o colocam no grupo de alto risco para o desenvolvimento da doença, Dr. Alexandre Chiari dá as seguintes recomendações:
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- Um método de visualização da porção interna do intestino deve ser considerado, a partir dos 50 anos, com o objetivo de prevenção (detectar e tratar pólipos e assim evitar a sua progressão para o câncer) e detecção precoce de câncer já existente. O método preferido é a colonoscopia, que deve ser realizada a cada 10 anos caso esteja normal. Outra opção é a retossigmoidoscopia flexível a cada 5 anos.
- O sangue oculto nas fezes é recomendado anualmente, a partir de 50 anos, lembrando que não substitui a colonoscopia ou outros métodos de visualização do intestino. Ressaltamos também que este exame, quando realizado exclusivamente, desempenha papel no diagnóstico precoce, mas não na prevenção, haja vista a menor capacidade de detecção de pólipos do que a colonoscopia por exemplo.
Para o paciente com histórico de fatores que o coloca no grupo de alto risco, o rastreamento deve ser intensificado. Esses fatores foram relacionados por Dr. Alexandre Chiari:
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- Histórico de síndrome hereditária relacionada ao câncer colorretal, como por exemplo polipose adenomatosa familiar ou câncer colorretal hereditário não-polipóide;
- Histórico de câncer colorretal prévio ou pólipo adenomatoso, especialmente se grande, múltiplos ou do tipo viloso;
- Histórico de doença inflamatória intestinal (retocolite ulcerativa ou doença de Crohn);
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- Histórico familiar de câncer colorretal, particularmente se em idade jovem, em parentes de primeiro grau e múltiplos parentes afetados;
- Para indivíduos com histórico familiar de câncer colorretal em parentes de primeiro grau, a colonoscopia deve ser realizada aos 40 anos ou 10 anos antes da idade em que o parente desenvolveu o câncer. Pacientes com diagnóstico de pólipos adenomatosos de baixo risco (únicos, <1 cm, displasia de baixo grau, tubulares) podem repetir a colonoscopia em 5 anos. Aqueles com pólipos múltiplos (mais de 3 ), > 1cm, com componente viloso ou displasia de alto grau, a colonoscopia deve ser repetida em 2 a 3 anos.
- Pacientes com diagnóstico de síndrome hereditária não-polipóide devem iniciar o rastreamento entre 21 e 25 anos ou 10 anos antes do caso mais jovem da família. A colonoscopia neste caso deve ser repetida bianualmente até os 40 anos e, a seguir, anualmente. Os pacientes com fatores de risco para polipose adenomatosa familiar devem iniciar o rastreamento entre 10-12 anos, com colonoscopia ou sigmoidoscopia.
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