Saúde
O problema ocorre com pessoas de todas as idades, inclusive crianças e adolescentes, podendo comprometer o sono, a concentração na leitura, o equilíbrio emocional e até a vida social
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Um levantamento da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido – APIDIZ com o apoio do Instituto Ganz Sanchez, indica que no Brasil há de 34 a 48 milhões de pessoas com zumbido no ouvido, tratando-se de um aumento expressivo em relação aos 28 milhões estimados há quase 20 anos.
O problema ocorre com pessoas de todas as idades, inclusive crianças e adolescentes, podendo comprometer o sono, a concentração na leitura, o equilíbrio emocional e até a vida social e familiar. Representa um sinal de alerta para possíveis agressões do ouvido, que podem vir de várias fontes: sons de alto volume (no trabalho ou em baladas, shows e fones de ouvido), exposição a ondas eletromagnéticas do celular, medicações tóxicas (antibióticos, anti-inflamatórios, etc), drogas (maconha, cocaína, LSD etc), doenças sistêmicas (hipertensão, diabetes, colesterol alto, hipotireoidismo) ou até de causas emocionais. Em resumo, o zumbido é um sintoma comum a várias doenças, semelhante à febre ou dor de cabeça.
O aumento de pessoas acometidas ao longo dos últimos anos (de 15% para 24%), em especial os jovens (31% de crianças e 50% de adolescentes), e a falta de informação adequada sobre diagnóstico e tratamento precoce têm preocupado vários profissionais, justificando a criação de campanhas informativas. Aliado a isso, outro entrave para o avanço nessa área, é um estigma que cerca o zumbido sobre a falta de cura.
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Segundo a Dra. Tanit Ganz Sanchez, Otorrinolaringologista e presidente da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido – APIDIZ, “a ideia de não ter cura é transmitida de geração em geração de médicos, mesmo nas melhores faculdades do país, gerando uma resignação que desmotiva tratar os pacientes. É como um ‘tudo ou nada’: se não pode curar, nem vale a pena tratar”. Esse fato está em descompasso com várias doenças da Medicina que não têm cura - diabetes, pressão alta, rinite alérgica, artrose e outras -, mas recebem atenção profissional e direcionam tratamento aos pacientes, mesmo que a intenção seja o controle parcial”, explica a médica, que também é doutora e livre-docente pela Faculdade de Medicina da USP.
Pesquisas com brasileiros e italianos avançam para compreender a cura do zumbido:
Uma parceria entre o Instituto Ganz Sanchez e a instituição italiana Fondazione Ascolta e Vivi (Milão) buscam e avaliam pessoas que já obtiveram cura do zumbido para investigar como e porque esse fenômeno ocorreu. O objetivo da pesquisa é desmistificar as ideias atuais sobre a falta de cura para o zumbido, que desmotiva tratamentos parciais. “Apesar da cura ainda ser rara, queremos entender quais os fatos mais importantes: o tipo de zumbido, o tempo de duração, o perfil psicológico do paciente ou o conjunto de todos eles, além de qual tentativa de tratamento levou à cura. Por enquanto, já recrutamos 20 pacientes (11 de São Paulo e 9 de Milão)”, explica Tanit Ganz Sanchez, coordenadora da pesquisa.
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Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido
Neste mês de novembro acontecerá a sexta edição da “Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido”, reconhecida nacionalmente como “Novembro Laranja”. Trata-se de movimento promovido pela Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido – APIDIZ, com o apoio do Instituto Ganz Sanchez.
O objetivo da Campanha, com uma ação no Parque do Ibirapuera e ações diárias nas Redes Sociais com profissionais e pacientes, é chamar a atenção da população para o zumbido no ouvido, um sintoma que já atinge crianças, adultos ou idosos, bem como instruir os profissionais de saúde (médicos, fonoaudiólogos, psicólogos, dentistas e fisioterapeutas), além dos interessados em saber mais sobre o assunto e abordar sobre as possibilidades de tratamentos, como dietas, uso de medicamentos e de aparelhos auditivos, dentre outros.
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