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O Brasil ainda ocupa o segundo lugar em números de casos de hanseníase, perdendo apenas para a Índia. Mas você sabe que doença é essa? Trata-se de uma doença infecciosa, contagiosa, crônica, que atinge a pele e os nervos periféricos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz.
Todo último domingo de janeiro, os órgãos de saúde voltam suas atenções ao combate da doença que durante muitos anos foi estigmatizada. E para eliminar preconceitos, buscando diagnósticos e tratamentos precoces, hoje, comemora-se mundialmente o Dia de Combate à Hanseníase.
Entre os principais sintomas estão as manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, que não coçam, têm diminuição de pelos e suor, perda de sensibilidade ao calor, dor ou mesmo ao tato. Podem surgir também outros sintomas como: queda de cílios e sobrancelhas, caroços e inchaços no corpo, engrossamento do nervo que passa no cotovelo, levando à perda da sensibilidade e/ ou diminuição da força do quinto dedo da mão (garra), dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços, mãos, pernas e pés.
Acredita-se que a transmissão aconteça através de contato íntimo e prolongado de indivíduo suscetível com paciente contaminado e sem tratamento, com a inalação dos bacilos eliminados pelas vias respiratórias, em atos como tosse e espirro. Hanseníase não é transmitida pelos abraços, apertos de mão ou qualquer outro tipo de carinho. Em casa ou no local de trabalho, não é necessário separar roupas, pratos, talheres ou copos utilizados pelos portadores desta patologia.
O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo, podendo variar de dois a cinco anos. “Ao perceber qualquer sintoma, o paciente não deve ter dúvidas nem preconceito, e procurar o quanto antes atendimento médico, na busca de um diagnóstico e tratamento precoces”.
Todos os médicos estão treinados para diagnosticar a hanseníase, mas o dermatologista é especialista que trata essa patologia. “Constantemente são realizadas buscas ativas”, salienta Dra. Vania Lucia Nogueira Mendes Tagliarini, dermatologista do Corpo Clínico do Hospital Ana Costa e responsável por um dos Serviços de Referência para tratamento e Controle de Hanseníase no município de Santos.
Vale lembrar que todos os casos de hanseníase têm cura. O tratamento pode durar de 6 a 12 meses, dependendo do estágio da doença, é gratuito e feito pelo serviço público de saúde, com medicamentos distribuídos pela Organização Mundial de Saúde.
Estigma
Desde os primórdios da humanidade, existem relatos sobre esta doença, sendo a mesma sempre muito estigmatizada. Conhecida desde a antiguidade como lepra, ela causava grande preconceito, fazendo com que toda a sociedade, e também familiares isolassem totalmente os pacientes de qualquer convívio. Não mais utilizado, o termo lepra nada mais é do que uma derivação de lepros, que em grego quer dizer manchas na pele. Em 1872, quando Hansen descobriu o bacilo que causava a doença, ela passou a ser conhecida como hanseníase, uma doença como tantas outras provocadas por bactérias e que, graças ao avanço da ciência, hoje tem cura.
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