Saúde
No próximo dia 12, o Comitê Especial de Prevenção à Mortalidade Materno-Infantil e Fetal de Bertioga realizará o I Fórum Perinatal da Rede Cegonha para discutir o assunto
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Investir na qualidade de treinamento das equipes de saúde e realizar eventos que mostrem a importância de trabalhar recursos, visando à redução dos coeficientes de mortalidade infantil na Região Metropolitana da Baixada Santista, que ainda são os piores do Estado, com 15,9 óbitos, e está acima do número estadual, cuja taxa mais recente (de 2012) é de 11,4. Este é caminho que o Comitê Especial de Prevenção à Mortalidade Materno-Infantil e Fetal de Bertioga está seguindo, envidando todos os esforços para diminuir os óbitos entre crianças menores de um ano.
Com esse intuito, no próximo dia 12, o Comitê, presidido pelo sanitarista Aluísio Bichir, realizará o I Fórum Perinatal da Rede Cegonha de Bertioga, que reunirá profissionais de saúde do Município e do Departamento Regional de Saúde IV – Baixada Santista (DRS/IV), para a realização de palestras, mostrando a evolução da mortalidade infantil no Município e Região, além de apresentar propostas visando à diminuição dos coeficientes de mortalidade.
O evento vai acontecer na sede do Instituto Circulo de Amigos do Menor Patrulheiro de Bertioga (CAMPB), localizada na Rua Rafael Costábile, 719 , Centro (antiga Vila Itapanhaú), a partir das 13h30, até ás 17 horas. Na oportunidade, estarão presentes representantes de conselhos municipais e da comunidade em geral, além de técnicos da rede municipal, ou seja, Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Hospital Bertioga e do Centro de Especialidades Médicas (Ceme).
Para Aluísio Bichir, a redução da mortalidade infantil não é atribuída somente ao poder público. “Essa questão tem dupla responsabilidade. Para chegarmos a um resultado satisfatório é preciso, além de investir na capacitação de equipes e promover ações nesse sentido, que as gestantes também tenham um bom planejamento familiar para uma boa gravidez, iniciando seu pré-natal desde o início da gestação para o adequado tratamento de qualquer alteração de seu estado de saúde, visando um bom parto e o nascimento de crianças com boa vitalidade”.
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Na Baixada Santista, a mortalidade infantil atingiu o patamar de 15,9 óbitos para cada mil nascidos vivos. Em 2012 esse índice estava em 15,7 (o mesmo registrado no Brasil naquele ano). Bertioga registrou o maior crescimento nos óbitos na infância, entre os anos de 2012 a 2013 na Baixada Santista. Para o secretário de Saúde do Município, Manoel Prieto Alvarez, essa evolução é atribuída ao aumento populacional vivido nos últimos anos, em virtude da expectativa de crescimento econômico pelo pré-sal.
“Quando investigamos o óbito percebemos que as mães são moradoras recentes, que chegaram em meses avançados de gestação e demoraram para se estabelecer na rede de saúde”, explica o secretário, lembrando que por conta disso, o Município ampliou a atuação das equipes de saúde a fim de localizar essas pacientes. “O trabalho já mostra resultados, pois o comparativo entre o 1º semestre de 2013 e 2014 já indica redução, com 5,7 óbitos entre crianças menores de um ano”.
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Além de promover ações pertinentes à redução da mortalidade, a Secretaria de Saúde de Bertioga está alertando as gestantes sobre a importância do acompanhamento pré-natal – período em que é possível identificar e reduzir problemas que podem atingir a saúde da mãe e do bebê. Especialistas garantem que um pré-natal adequado, com as mães cumprindo corretamente o calendário de consultas, exames e vacinas, torna-se um dos fatores principais da redução de mortalidade na infantil.
O secretário alerta que o ideal é que as mães iniciem o pré-natal assim que souberem da gravidez, já que durante nove meses de gestação, as mulheres têm uma rotina pré-estabelecida, que devem seguir.
Em Bertioga, segundo a coordenadora do programa Materno-Infantil no Município, a pediatra Irenesbete Martinez de Mello Gomes, há aproximadamente, 500 gestantes, atualmente. A maioria delas deixa de fazer o acompanhamento mensal, não comparecendo às consultas marcadas ou deixando de fazer os exames solicitados e necessários. “É de extrema importância a participação de todas nesse processo, para que elas tenham uma gravidez tranquila visando uma melhor qualidade de vida para o bebê que está chegando”.
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Segundo aponta análise mensal feita na DRS/4, com os nove municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista, 73% dos óbitos são absolutamente evitáveis. A análise mostra que 42% podem ser evitados com a adequada atenção à mulher na gestação; 28% com adequada atenção ao recém-nascido e 14% com adequada atenção à mulher durante o parto.