Saúde

Baixada Santista avança com tecnologia inédita de transplante de córnea

Hospital Visão Laser, em Santos, adquiriu novo equipamento; transplante deve ocorrer ainda neste mês

Publicado em 06/05/2014 às 12:38

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De forma pioneira na Baixada Santista, o Hospital Oftalmológico Visão Laser adota em Santos o transplante de córnea a laser, a tecnologia mais avançada na área. O procedimento está disponível aos pacientes da região graças à aquisição do equipamento da fabricante Alcon pela unidade santista. O primeiro transplante a laser deve acontecer ainda neste mês.

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A nova tecnologia se utiliza do laser de femtosegundo cuja principal característica é a precisão no procedimento, contribuindo para o sucesso da cirurgia, melhor recuperação e qualidade visual do paciente. A grande diferença entre o transplante padrão para o transplante a laser é que no primeiro o médico faz uso do trépano – uma lâmina de bisturi circular que corta o tecido – para preparar a córnea do receptor para a do doador. Já o laser faz esse processo, moldando ambas as córneas para um perfeito encaixe e exigindo menos pontos e suturas.

Outra vantagem diz respeito a redução do índice de rejeição. Isso se torna possível porque o laser permite a troca de camadas da córnea. “O equipamento separa micrometricamente o tecido e possibilita realizar a troca da camada específica doente da córnea - são os chamados transplantes lamelares e endoteliais assistidos por laser”, explica o professor doutor em Oftalmologia, Marcello Colombo Barboza, diretor do Hospital Visão Laser.

A cirurgia de transplante de córnea a laser leva cerca de uma hora, utilizando-se de anestesia local. Ao término, o paciente volta para casa com o olho coberto. A qualidade da visão retorna gradativamente. O paciente precisa ser monitorado após o transplante, e ele usa colírios para prevenir a rejeição que, no caso da córnea, tem baixos índices. A taxa de sucesso destes transplantes atinge 85% dos casos.

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O Hospital Oftalmológico Visão Laser adota em Santos o transplante de córnea a laser, a tecnologia mais avançada na área (Foto: Divulgação)

Tempo real

O novo equipamento opera por meio de tomografia de coerência óptica (OCT) com luz infravermelha próxima. Com isso, produz análise digital e em tempo real, juntamente com a aplicação do laser de femtosegundo orientada por computador.

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O OCT dá ao médico a possibilidade de planejar e realizar a cirurgia com mais segurança, analisar detalhadamente a córnea do paciente antes; e, no ato cirúrgico, mapear e monitorar em tempo real e em três dimensões os pontos que vão receber o laser com incisões milimétricas e precisas.

Presidente do Hospital Visão Laser, Luiz Roberto Colombo Barboza foi o médico responsável pelo primeiro transplante de córneas da Baixada Santista, realizado na Santa Casa de Santos, em 1972. Passados mais de 40 anos, Dr. Colombo comandará a equipe que fará o primeiro transplante de córnea a laser na região programado para o mês de maio.

“O laser promoveu uma verdadeira revolução na Oftalmologia. Hoje, grande parte dos procedimentos, como as cirurgias refrativas, de controle do glaucoma, a extração da catarata e, agora, o transplante de córnea se utilizam desta tecnologia, que trouxe maior precisão e sucesso ao ato cirúrgico e mais qualidade de visão e de vida ao paciente”, diz o especialista que é professor emérito do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e da Academia de Medicina do Estado. O Hospital Visão Laser é credenciado pelo Ministério da Saúde para captar córneas e realizar seu transplante.

Benefício aos jovens

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O ceratocone é a doença ocular que mais leva ao transplante de córnea, respondendo por 70% das cirurgias feitas no País. Provocando deformidade, leva a córnea a apresentar formato de cone. O problema provoca distorção e embaçamento da visão. Atinge mais os jovens entre 18 e 25 anos.

O número de transplantes de córnea cresceu 20% entre 2010 e 2012. O registro subiu de 12.788, em 2010, para 15.281 em 2012, segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. Em 2013, no entanto, houve queda fechando em 13.744. Para ser doador não é necessário deixar documento por escrito. Cabe aos familiares autorizar a retirada, após a constatação da morte encefálica. Neste quadro, não há mais funções vitais e a parada cardíaca é inevitável. Para mais informações, o contato da Central de Transplantes de São Paulo é (11) 3066-8537.

Doação de Córneas

Um único doador pode beneficiar mais do que uma pessoa.

Qualquer pessoa pode ser doadora, respeitando os critérios de avaliação do Ministério da Saúde.

Mesmo que a pessoa não tenha manifestado o desejo da doação, a família pode contatar o Banco de Olhos. A família é a única responsável pela efetivação da doação.

Manter os familiares informados sobre o desejo de doar órgãos e tecidos é a melhor forma de tornar-se um doador.

A doação de córnea não provoca deformidade no doador. O ideal é que os tecidos oculares sejam retirados até seis horas após o falecimento.

A família do doador não paga nada e tampouco recebe qualquer pagamento pela doação.
 

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