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Não é incomum ouvir histórias de pessoas que ao perceberem alguma alteração no corpo procuraram um médico e ajudaram no diagnóstico precoce. Porém, o ideal não é tomar uma atitude somente quando algo aparecer, e sim, periodicamente, com a realização de autoexames ou de exames complementares simples como o ultrassom. Infelizmente, alguns deles, como no caso da tireoide, são pouco conhecidos pela população, mas importantíssimos para manter a saúde em dia.
A tireoide é uma glândula localizada no pescoço, logo abaixo do Pomo de Adão, que regula importantes funções de órgãos como coração, cérebro, fígado e rins, além de produzir os hormônios T3 e T4, que atuam no funcionamento de grande parte do corpo.
De acordo com o endocrinologista dos hospitais Sírio-Libanês e Oswaldo Cruz, em São Paulo, e do Instituto Santista de Oncologia e do Hospital da Beneficência Portuguesa, em Santos, Dr. Ivan Cesar Correia de Sousa, o autoexame ajuda a detectar nódulos. "Uma saliência pode significar um tumor benigno, maligno, um cisto, ou mostrar que a tireoide não está funcionando bem, com excesso ou diminuição na produção de hormônio", explica.
O que mais preocupa a área médica é a falta de conhecimento das pessoas não só sobre a importância da tireoide, como também da existência do autoexame. Uma enquete realizada pelo site da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) relevou que 35,6% dos internautas nunca tinham ouvido falar da prática e 40,8% disseram não fazer.
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"Falta muita divulgação. É muito mais comum um familiar ou amigo notar, sem querer, a alteração no pescoço. Outra situação que ocorre é um médico de outra especialidade diagnosticar o nódulo, como o clínico geral, ginecologista, ou o ultrassonografista (ao fazer exames de ultrassom das mamas ou das carótidas não é raro o médico examinador avaliar de uma forma não específica a tireoide). Raramente é o próprio paciente.", avalia o especialista.
Ainda segundo a SBEM, estima-se que 60% da população brasileira tenha nódulos na tireoide em algum momento da vida. "Apenas 5% dos casos são câncer. Apesar da baixa incidência, é muito importante que seja diagnosticado rapidamente para aumentar as chances de cura, já que uma metástase (disseminação) eleva muito a mortalidade", alerta o médico.
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As mulheres têm quatro vezes mais risco de desenvolver nódulos na tireoide, mas além disso, idosos, pessoas com histórico familiar de hipotireoidismo, pessoas que sofreram radiação na cabeça ou pescoço ou com doenças autoimunes devem passar por consultas periódicas com um endocrinologista.
Sintomas
Na maioria dos casos, o paciente não apresenta sintomas. Raramente, alguns se queixam de dor de garganta, no maxilar ou ouvido. Quando o crescimento do nódulo ocorre rapidamente e comprime estruturas do pescoço, o paciente pode apresentar tosse seca, dificuldade para engolir e rouquidão.
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Autoexame (fazer em intervalos de 6 meses)
Para realizar o autoexame, você vai precisar de um espelho com cabo e um copo com água.
- Segure o espelho procurando em seu pescoço a região abaixo do pomo de Adão (gogó). Sua tireoide está localizada nesta área.
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- Focalize esta área com o espelho estendendo a cabeça para trás para facilitar a visualização.
- Beba um gole d´água.
- Ao engolir, observe em seu pescoço se existe alguma saliência ou elevação localizada. Repita este teste várias vezes, se necessário.
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- Observe se existe algum nódulo ou saliência. Ao notar alguma alteração, procure um endocrinologista para obter orientações.
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