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Comparando com 2012, a incidência anual da doença no mundo era de 14,1 milhões de casos, atualmente a Union for International Cancer Control afirma que é mais barato os governos investirem na prevenção do que tratar as consequências
Cerca de 8,2 milhões de pessoas morrem de câncer a cada ano no mundo e destes 4 milhões faleceram prematuramente (entre 30 e 69 anos), segundo dados da Campanha Mundial "Está ao nosso alcance enfrentar o desafio", promovida pela União Internacional de Controle de Câncer (Union for International Cancer Control - UICC). A campanha do Dia Mundial do Câncer, comemorado em 4 de fevereiro, tem como objetivo reduzir o número de 19,3 milhões de casos estimados até 2025 e as mortes que podem ser prevenidas, incentivando a conscientização e pressionando governos a tomar medidas contra a doença.
A iniciativa global tem como mote quatro mensagens-chave para a conscientização da doença, são elas: escolhendo uma vida saudável, provendo a detecção precoce, obtendo acesso integral ao tratamento do câncer e potencializando a qualidade de vida. Esses quatro focos fazem parte das metas da Declaração Mundial do Câncer para reduzir em 25% o número de mortes prematuras.
A UICC afirma que para os governos, investir na prevenção do câncer é mais barato do que tratar suas consequências. Enquanto estima-se que o custo relacionado ao câncer chegue a US$ 458 bilhões por ano até 2030 em todo mundo, as medidas populacionais para reduzir os fatores de risco comuns às doenças não transmissíveis (DNT), incluindo o câncer, custariam apenas US$ 2 bilhões por ano para todos os países de baixa e média renda.
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Câncer de Tireoide
Nos últimos anos, muito se fala sobre o aumento dos casos de câncer, porém o que afeta a tireoide ainda é pouco conhecido. Com base em informações concedidas pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer que afeta a tireoide é considerado raro mundialmente, porém no Brasil a estimativa em 2014 foi de mais de 8 mil novos casos no sexo feminino e este é o quarto tipo mais frequente em mulheres na região sul do país. Nesta data falar sobre esse tipo menos lembrado é fazer um alerta e estimular a conscientização.
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De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) as mulheres de 30 a 50 anos estão mais suscetíveis a desenvolver a doença e a população que corresponde a essa faixa etária já equivale a 28 milhões. Esse volume populacional é o que revela o mais recente censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Cerca de 300 milhões de pessoas no mundo apresentam doenças relacionadas à glândula da tireoide e mais da metade dos casos não são diagnosticados, segundo a SBEM. "Apesar do crescimento lento, mas contínuo das taxas de incidência, a mortalidade vem caindo graças às melhorias no tratamento e pela evolução da doença ser devagar ", afirma Dra. Ana Hoff, Chefe da unidade de endocrinologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) e endocrinologista do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês.
O câncer se caracteriza pelas células de um órgão específico do corpo que se modificam e se reproduzem incontrolavelmente. Essas células cancerígenas podem ser agressivas e invadir e destruir tecidos. Na primeira edição da revista Science desse ano foi publicado um estudo chamado "Bad Luck Of Cancer" que supõe que muitas ocorrências da doença não possam ser prevenidas. Ou seja, não tem causas específicas, então se dão pela falta de sorte.
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Seja por falta de constatações científicas ou predisposições do organismo, o câncer de tireoide se encaixa nessa questão por conta de suas causas ainda desconhecidas. As taxas de incidência são de duas a três vezes maiores em mulheres do que em homens e estudos indicam que fatores hormonais são responsáveis por essa diferença.
Para endocrinologista Ana Hoff "a síntese de hormônios tireoidianos necessita da presença de iodo. A deficiência crônica e o excesso nutricional de iodo no organismo levam à hiperplasia e à hipertrofia dos elementos foliculares (o excesso e a falta, respectivamente, de hormônio de estimulação da tireoide - TSH, do inglês thyroid-stimulating hormone) e esse fenômeno pode estar associado a um maior risco no desenvolvimento do câncer de tireoide, em especial nas mulheres", destaca. Outros fatores considerados de risco são o componente genético e a dieta - alguns estudos apontam uma correlação entre o aumento de consumo de iodo na dieta e o crescimento de incidência de câncer na região. Mesmo assim, não existem comprovações de que essas hipóteses estejam certas.
Tratamento
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Para a cura desse câncer, a cirurgia é sempre necessária. Nela, a glândula e nódulos linfáticos anormais são removidos. Após a cirurgia, o paciente precisa tomar hormônios para substituir os que não podem mais ser produzidos pela tireoide. Dependendo da avaliação médica, o tratamento é estendido com terapias contendo iodo radioativo. Nos tipos mais agressivos e estágios mais avançados da doença, com metástase, as lesões podem ser resistentes a esses tratamentos e quimioterapia. O paciente tem como opções ainda, o tratamento com sorafenibe (Nexavar®, da Bayer), que inibe o crescimento do câncer e reduz a formação dos vasos sanguíneos que o nutrem, ou a participação em estudos clínicos que investigam novos agentes terapêuticos.