Considerada uma doença crônica pelos médicos, pode piorar com o passar dos anos caso o paciente não seja submetido a um tratamento adequado e contínuo
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Hoje é o Dia Mundial da Obesidade. Considerada uma doença crônica pelos médicos, pode piorar com o passar dos anos caso o paciente não seja submetido a um tratamento adequado e contínuo.
Além de reduzir a qualidade de vida, a obesidade pode predispor a doenças como diabetes, doenças cardiovasculares, asma, gordura no fígado e alguns tipos de câncer. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, atualmente 30 milhões de pessoas adultas são obesas.
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No mês passado, a presidente da Associação Brasileira de Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), Dra. Maria Edna de Melo e o presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Dr. Fábio Trujilho, estiveram em audiência com o Ministro da Saúde Ricardo Barros para solicitar a inclusão de uma linha de atendimento ao paciente com obesidade no SUS, que atualmente disponibiliza apenas a cirurgia bariátrica.
Na ocasião, o ministro concordou e a equipe técnica do ministério deve iniciar nos próximos dias um grupo de discussão com a participação dos especialistas.
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Para Maria Edna de Melo, essa linha de tratamento vai corrigir uma deficiência grave no atendimento ao paciente com obesidade. "Atualmente, o SUS não oferece o tratamento clínico antes da cirurgia, nem polivitamínicos aos pacientes operados", afirma.
"Tratar obesidade reduz diabetes, hipertensão e várias doenças associadas. Isso tem impacto nos gastos com doenças crônicas e, principalmente, na saúde e qualidade de vida do paciente", conclui.
MUNDO
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A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com excesso de peso, sendo mais de 700 milhões, obesos. O número de crianças com sobrepeso e obesidade poderá chegar a 75 milhões, caso nada seja feito.
Obesidade abdominal aumenta fator de risco de morte em idosos
O aumento da expectativa de vida tem garantido mais longevidade para a população mundial. No Brasil não é diferente e as pessoas estão vivendo, em média, 76 anos - o que representa um aumento de 30 anos em relação à expectativa de vida prevista na década de 1940.
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Diante deste cenário, várias pesquisas buscam a manutenção da qualidade de vida da população idosa. Na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), estudos se dedicam, por exemplo, a avaliar os riscos que a obesidade abdominal somada às perdas de massa e de força muscular podem oferecer aos idosos.
A sarcopenia (perda de massa muscular) e a dinapenia (perda de força muscular) são quadros que podem ocorrer durante o processo de envelhecimento e que demandam atenção no contexto de saúde dos idosos, principalmente quando associados à obesidade abdominal.
Um dos trabalhos realizados pelo professor Tiago da Silva Alexandre, do Departamento de Gerontologia (DGero) da UFSCar, com parceiros canadenses e ingleses, apresentou resultados importantes que colocam a obesidade dinapênica - gordura abdominal mais perda de força muscular - como um importante fator de risco para a saúde do idoso e até para a mortalidade dessa população.
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O estudo foi realizado utilizando dados do projeto Saúde, Bem estar e Envelhecimento (Sabe) que, desde 2000, tem o apoio da Organização Mundial da Saúde, Ministério da Saúde e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Com os dados, o trabalho na UFSCar constatou que a obesidade abdominal, somada à perda de força muscular, estão associadas a distúrbios de lipídeos e carboidratos no metabolismo, síndrome metabólica e doenças cardíacas.
O pesquisador explica que o fundamental em relação à saúde dos idosos é manter a funcionalidade, ou seja, permitir que eles possam realizar as atividades diárias, tenham autonomia e, portanto, mais qualidade de vida. Tiago afirma que à medida que a pessoa envelhece, a massa muscular perdida é substituída por gordura que se distribui para todo o corpo. A concentração dessa gordura na região abdominal é mais prejudicial e contribui para a perda de força. “Isso contraria o que se achava anteriormente, que a pessoa mais ‘gordinha’ era mais forte”, explica.
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Aprendendo a quebrar barreiras
Estar acima do peso não é fácil, principalmente para quem não se aceita e tem a autoestima baixa. Há relatos de pessoas com sobrepeso que se dizem inseguras até mesmo para escolher uma roupa.
Silmara Batista Brizoti, psicóloga que atua em avaliação e acompanhamento psicológico em candidatos à cirurgia bariátrica, conta que essa atitude vai muito além de insegurança, pois o indivíduo com sobrepeso sente na pele os preconceitos.
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“Hoje muitos pacientes que recebo em clínica relatam que se sentem acuados com medo de não serem aceitos na sociedade”, explica Silmara.
Por isso, grande parte dos brasileiros obesos opta pela cirurgia bariátrica. “Quando o paciente faz a cirurgia e emagrece ele retoma o seu bem-estar físico. Ele quebra algumas barreiras como, por exemplo, se posicionar na sociedade, ficar mais seguro de si, acreditar em seu potencial, coragem de procurar um emprego, relacionar-se”, avalia.
A psicóloga pontua que a escolha pela cirurgia bariátrica não termina em uma mesa cirúrgica, pelo contrário, o paciente irá sim eliminar peso, principalmente nos primeiros meses após a cirurgia, mas para manter essa conquista será necessário adotar uma alimentação balanceada e saudável, bem como muita atividade física.
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